PF indicia Carla Zambelli e hacker Walter Delgatti por invasão de sistema do CNJ e falsificação

Deputada federal por São Paulo e falsificador hacker são suspeitos de falsidade ideológica e de múltiplas tentativas de invasão de dispositivo informático

A Polícia Federal indiciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto, pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizada em 2023.

O criminoso Walter Delgatti é o mesmo que negociou com a então deputada Manoela Davila (PcdoB), aquele “material” que ele teria furtado ao ter invadido os aplicativos de conversa do Telegram com os números dos telefones de autoridades da operação Lava Jato, que acabou sendo usado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para destruir a operação que foi a primeira e única a prender políticos de peso e grandes empresários da corrupção, entre eles, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Zambelli e Delgatti são suspeitos de falsidade ideológica e de múltiplas tentativas de invasão de dispositivo informático.

O relatório final será analisado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Documentos falsos encontrados

Segundo os investigadores, foram encontrados quatro documentos falsos nos equipamentos pessoais da Deputada.

Dentre eles, está a falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ordens de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do ministro.

As ordens foram supostamente geradas no computador do hacker e baixadas no dispositivo de Zambelli.

O CNJ foi alertado da invasão após a divulgação dos documentos, no início de de janeiro, dias antes da insurreição nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A ordem de prisão a Moraes foi utilizada para questionar a integridade do processo eleitoral conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro.

Segundo a corporação, após instigar o hacker para acessar o sistema do CNJ, a deputada divulgou os documentos a jornalistas para difundir suspeitas sobre a credibilidade do Judiciário.

Zambelli nega sua participação, afirmando que seu relacionamento com Delgatti se resumia à contratação de seus serviços em 2022 para gerenciar seu site e redes sociais.

Entretanto, Delgatti relatou que Zambelli foi quem elaborou o texto da falsa ordem de prisão, que começava chamando Moraes de “Deus do Olimpo” e terminava com o slogan da campanha do ex-presidente Lula, “Faz o L”.

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