Documentação final foi entreguebao governo dos Estados Unidos e era a última etapa no processo de admissão na Aliança militar
A Suécia entrou oficialmente nesta quinta-feira (7) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Na semana passada o parlamento da Hungria aprovou a entrada da Suécia na Organização, depois de adiar a decisão por mais de 18 meses. Para ingressar na Otan, era preciso a aprovação de todos os integrantes da organização e a Hungria foi o último a aprovar.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, entregou toda a documentação final ao governo dos Estados Unidos. Ésta era a última etapa no processo de admissão na aliança militar. Os suecos se comprometeram ainda a aumentar os gastos com defesa para atingir a meta da Otan de 2% do produto interno bruto.
“A Suécia é um país mais seguro hoje do que éramos ontem. Temos aliados. Temos apoio”, disse Kristersson. “Defenderemos a liberdade junto com os países mais próximos de nós – em termos geográficos, culturais e de valores“, completou.
O presidente dos EUA, Joe Biden, comemorou a entrada da Suécia na aliança, que “tornou a Otan mais unida, determinada e dinâmica do que nunca“.
O secretário de Estado norte-amaericano, Antony Blinken, disse que “tudo mudou” após a invasão da Rússia à Ucrânia, citando pesquisas que mostram uma mudança expressiva na opinião pública sueca sobre o ingresso do país na Otan. Blinken recebeu em mãos os documentos do primeiro-ministro sueco.
“Os suecos perceberam algo muito profundo: que se Putin estiver disposto a tentar apagar um vizinho do mapa, então ele poderia muito bem não parar por aí“, disse Blinken.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse em um comunicado, que “a adesão da Suécia torna a Otan mais forte, a Suécia mais segura e toda a aliança mais segura“.
Com a Suécia participando da Otan, grande parte da costa do Mar Báltico fará parte do território da aliança, ficando de fora apenas a costa da Rússia e Kaliningrado.
O Mar Báltico também é estratégico do ponto de vista comercial: é uma rota de acesso marítimo aos portos de São Petersburgo e Kaliningrado, ambos na Rússia.
Em 2023, um porta-voz da Rússia disse que a entrada da Suécia na aliança, na ocasião ainda uma possibilidade, traria consequências “negativas“, e que Moscou responderia com medidas “antecipadas” e “planejadas“.
Além disso, o exército sueco e todo equipamento militar do país também vão pertencer à Otan.