GDF investe na ressocialização e reintegração de mulheres no mercado de trabalho

Núcleo do Direito Delas leva profissionalização às mulheres vítimas de violência

Com Agencia Brasília

As mulheres assistidas pelo Núcleo do Direito Delas participaram de uma oficina de papel machê, nesta quarta-feira (15), como forma de ressocialização e reintegração no mercado de trabalho.

O evento, fruto de uma parceria da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) com o Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (Cmec), ocorreu em Samambaia e contou com a participação de 15 mulheres assistidas pelo núcleo.

“O Governo do Distrito Federal está presente em todas as etapas desse ciclo, prevenindo, cuidando e denunciando. As parcerias que fazemos, como essa de hoje, buscam trazer autonomia financeira para essas mulheres. Estamos promovendo uma oficina de capacitação para que elas possam reconhecer a importância de ter essa liberdade e independência”, afirmou a secretária de Justiça de Cidadania, Marcela Passamani.

Ao todo, há oito núcleos do Direito Delas espalhados pelo Distrito Federal. No mês de abril, somente a unidade de Samambaia realizou 99 atendimentos psicológicos, 11 sociais e três jurídicos. Por lá, cerca de 70 pessoas em vulnerabilidade são acompanhadas pela equipe multidisciplinar.

A presidente do Cmec, Claudia Badra, participou do bate-papo que antecedeu a oficina de papel machê. Para ela, o objetivo da parceria é levar conhecimento para que as mulheres se tornem independentes. “Organizamos esses eventos para que a gente consiga repassar o lado empreendedor, com cursos, capacitações e créditos. Tudo o que fazemos é em cima da liberdade financeira para que entendam que sozinhas elas conseguem tudo o que quiserem”, afirmou.

Para a psicóloga do núcleo de Samambaia, Ângela Maracaípe, há diversas estratégias para acolher a mulher vítima de violência. “Nós temos atendimentos semanais. São seis sessões individuais e quatro em grupo. É importante que a gente faça essa escuta qualificada. O nosso papel é acolhê-las nesse momento de dor. Elas começam a perceber que a violência não é algo individual e, sim, social”, disse.

Direito Delas

“As parcerias que fazemos, como essa de hoje, buscam trazer autonomia financeira para essas mulheres”, afirmou a secretária Marcela Passamani

O programa, que nasce da reestruturação do Pró-Vítima (Decreto nº 39.557/2018), oferece atendimentos social, psicológico e jurídico às vítimas diretas de violência e seus familiares. O Direito Delas atende às famílias das vítimas diretas, que é composta pelo cônjuge ou companheira(o), pelos ascendentes e descendentes de primeiro grau e parentes colaterais em segundo grau, desde que não sejam autores da violência.

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O atendimento é oferecido às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, às vítimas de crimes contra a pessoa idosa, às crianças e adolescentes de 7 a 14 anos vítimas de estupro de vulnerável e, ainda, às pessoas vítimas de crimes violentos.

Rosa (nome fictício) é uma das assistidas pelo núcleo. Após a filha ser violentada, as duas foram acolhidas pelas equipes da unidade de Samambaia. Lá, elas contam com atendimento psicológico, além do apoio de assistentes sociais e advogados. “Todos nós precisamos desse tipo de ajuda. Eu sei que vou sair daqui uma pessoa muito melhor do que quando entrei. O programa faz com que eu me sinta mais segura, acolhida e com uma boa autoestima”, compartilhou.

Cecília (nome fictício) também participou da iniciativa no Núcleo do Direito Delas. Empolgada com a oficina de papel machê, ela aproveitou para agradecer o apoio que recebe da equipe: “Eu estive aqui nos meus momentos mais difíceis, e todas as meninas me ajudaram muito. Eu procurei esse local para conversar com outras mulheres e ver que não estou sozinha nessa situação. O acolhimento que tenho aqui me ajuda a não desanimar nunca”.

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