Ladeira abaixo: Banco Central vê piora na expectativa do mercado para inflação, Selic e dólar com políticas de Lula e Haddad

Pesquisa Focus mostrou agravamento de piora na expectativa do mercado e BC vê tendência de queda do PIB

A pesquisa semanal do Banco Central (BC) sobre o humor do mercado financeiro indica nesta segunda-feira (17) que voltaram a piorar as projeções para os principais indicadores econômicos do país.

A inflação, o dólar e a taxa básica de juros do Brasil, a Selic também estão entre os indicadores financeiros que tiveram piora na expectativa.

Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente na pesquisa Focus, que é realizada pelo Banco Central, também reduziram a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024.

Segundo a pesquisa, o mercado acredita que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar este ano em 3,96%, frente aos 3,90% na semana passada. Esse foi o sexto aumento seguido da previsão do IPCA para 2024.

A previsão da inflação em 2025 foi elevada pela sétima vez consecutiva. Nesta semana, ela ficou em 3,80%, 0,02% a mais que os 3,78% previstos na semana passada.

A previsão para inflação no ano que vem, feita há cinco semanas, estava em 3,66%. No caso de 2026, a projeção manteve-se em 3,60%. Para 2027, permaneceu em 3,50%.

A taxa Selic tem nova previsão de alta com a projeção para 2024 em 10,50%. Um aumento de 0,25% da previsão na semana passada.

Para os analistas do mercado, a taxa básica de juros do país não será mais reduzida neste ano pelo Banco Central. Mesmo porque ela já se encontra no patamar de 10,50%. Para 2025, a Selic foi elevada de 9,25% para 9,50%. As taxas previstas para 2026 e 2027 não foram alteradas e continuam em 9%.

A estimativa para os juros básicos sofreu forte reversão há pouco mais de um mês. A partir de 22 de dezembro e durante as 16 semanas seguintes, o mercado manteve a previsão de 9% ao ano para 2024. Há cerca de dois meses, no entanto, os especialistas aumentaram o número para 9,13% e, a seguir, para 9,50%. Depois, ele passou para 9,63% e 9,75%.

A ascensão da estimativa dos juros básicos é resultado do avanço das incertezas na economia tocada por Fernando Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tanto no campo internacional como no doméstico.

Para agravar a situação no exterior, por exemplo, está cada vez mais distante a perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos no curto prazo.

No cenário interno, a mudança da meta fiscal para os anos de 2025 e 2026, anunciada pelo governo Lula no mês passado, continua a trazer más notícias. A tragédia no Rio Grande do Sul também é um agravante.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, reduziu o ritmo de cortes dos juros no Brasil, em sua última reunião, nos dias 7 e 8 de maio justamente por conta das incertezas. Na ocasião, a taxa foi cortada em apenas 0,25% ponto percentual.


Os analistas também não elevaram a projeção do dólar. Isso ocorreu para este ano e para os próximos três anos. As estimativas para a moeda americana pioraram para 2024, 2025, 2026 e 2027 – todas as datas pesquisadas pelo BC. Para 2024, a cotação do dolar foi de R$ 5,05 para R$ 5,13. Para 2025, de R$ 5,09 para R$ 5,10. Em 2026, subiu de R$ 5,10 R$ 5,12 e, para 2027, de R$ 5,11 para R$ 5,15.

No último Relatório Focus, os analistas também reduziram a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Ela passou de 2,09% para 2,08%. A perspectiva do PIB deu uma arrancada por cerca de dez semanas seguidas. Há pouco mais de um mês, ela estava em 1,85%. Até fevereiro, permaneceu estável em 1,60%.

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