Deputados e senadores focam em campanhas para prefeito e vice-prefeito em seus redutos eleitorais
O Tribunal Superior Eleitoral não enxerga, mas mais de R$ 135 milhões em emendas indicadas à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, já pagas, foram destinadas por parlamentares aos municípios em que eles concorrem à prefeitura.
O envio de verbas para os locais onde disputam eleições pode desequilibrar a disputa. Outros candidagos ficariam prejudicafos porque nunca enviaram recursos pata os municípios onde são candidatos.
As emendas individuais, que têm a execução obrigatória, foram usadas largamente por candidatos com mandato federal.
O Congresso reservou para este ano R$ 25,1 bilhões para a destinação de emendas individuais, de qualquer natureza. Desse montante, o Executivo pagou pouco mais de R$ 14 bilhões antes do período vedado pela legislação eleitoral, conforme dados disponibilizados no portal Siga Brasil.
O Orçamento de 2024 aprovado pelo Legislativo teve como ponto de destaque o valor recorde para emendas parlamentares, cujo destino final é orientado pelos deputados e senadores.
Dos deputados e senadores que irão concorrer às eleições municipais deste ano, 28 destinaram emendas parlamentares para as cidades em que são candidatos. Esse é o caso do deputado Bebeto (PP-RJ), que destinou R$ 24,7 milhões para São João do Meriti, no Rio de Janeiro, onde irá disputar o cargo de vice-prefeito, na chapa com Valdecy da Saúde (PL).
Do Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL) destinou R$ 22,6 milhões de emendas parlamentares para Maceió, em Alagoas, onde é candidato a vice-prefeito ao lado do atual prefeito da capital alagoana, JHC (PL).
Como candidato a prefeito de Londrina, no Paraná, o deputado federal Diego Garcia (Republicanos-PR) indicou R$ 13,9 milhões para o município paranaense.