Edmundo González diz que Venezuela precisa das atas, não de ordens de prisão e continua foragido

Opositor do ditador Nicolás Maduro compartilhou comunicado condenando após regine ditatorial emitir ordem de prisão

O presidente eleito, mas não empossado na Venezuela, Edmundo González, se manifestou nesta terça-feira (3) pelo primeira vez após o Ministério Público pedir a prisão e a Justiça determinar a detençao dele ontem, na segunda-feira (2).

A ONU apontou segurança nas atas divulgadas pela oposição que dão vitóriade González com larga margemcontra Nicolás Maduro.

González compartilhou um comunicado da plataforma da oposição venezuelana condenando o pedido de prisão. “O que o país precisa é ver as atas eleitorais, não de ordens de apreensão”, diz a publicação compartilhada pelo oposicionista.

González está escondido há várias semanas.

O oposicionista, que segundo analistas externos, incluindo a ONU, venceu as eleições em julho, é acusado pela ditadura de Nicolás Maduro por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa. 

O mandado de prisão diz que González deve ser colocado à disposição do MP imediatamente após sua detenção.

A oposição mostra os dados das atas para argumentar que Edmundo González venceu a eleição presidencial de 28 de julho. Mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas foram publicados pelo grupo opositor em um site. Edmundo González Urrutia teria obtido ao menos 67% dos votos ou seja 7.119.768 de votos.

 A líder oposicionista, María Corina Machado, disse que “Maduro perdeu completamente o contato com a realidade. O mandado de prisão emitido pelo regime para ameaçar o presidente eleito Edmundo González ultrapassa uma nova linha que apenas fortalece a determinação do nosso movimento. Os venezuelanos e as democracias ao redor do mundo estão mais unidos do que nunca em nossa busca pela liberdade”, afirmou .

Até agora, as autoridades venezuelanas não tornaram públicas as atas eleitorais que seriam verdadeiras, mesmo diante do pedido de países como Brasil e Estados Unidos, Maduro proibiu a divulgação das Atas eleitorais.

Uma análise feita pela Associated Press das atas eleitorais da Venezuela, divulgadas pela oposição, indica que o candidato oposicionista Edmundo González recebeu mais votos na eleição de 28 de julho do que o governo de Nicolás Maduro afirmou.

A AP processou quase 24 mil imagens de folhas de contagem, representando 79% das máquinas de votação, e apontou que González obteve 6,89 milhões de votos, enquanto Maduro recebeu 3,13 milhões.