Vigilância Sanitária interditou clínica que funcionava com irregularidades e contaminação pode ter ocorrido no centro cirúrgico
A Secretaria de Saúde de Belém interditou o centro cirúrgico de uma clínica onde 24 pacientes submetidos a cirurgia de catarata tiveram uma infecção grave e dez perderam a visão.
A Secretaria de Saúde de Belém investiga quais foram os problemas em procedimentos cirúrgicos oftalmológicos realizados pela Clínica São Lucas, que tem convênio com o SUS.
Em 12 de junho, dos 41 pacientes atendidos, dois apresentaram complicações. No dia 1º de julho, a clínica realizou 40 cirurgias de catarata.
Segundo o secretário de Saúde de Pelém (PA), Pedro Ribeiro Anaisse, “A interdição se deu pela falta de comprovação e evidências de que o processo de esterilização de equipamentos tenha ocorrido durante os eventos de forma adequada. Não tivemos nenhuma comprovação de que isso tenha ocorrido, e também evidências de que a prática da lavagem de mãos tenha sido feita de forma adequada”, diz.
A secretaria também afirma que a estrutura física da clínica é incompatível com o número de cirurgias realizadas.
Uma inspeção preliminar foi realizada na unidade de saúde pela Vigilância Sanitária da cidade nesta terça-feira (15). O estabelecimento foi autuado por três infrações, sendo elas a não notificação dos eventos adversos ao órgão na época dos casos, registrados entre junho e julho, a ausência de um núcleo de segurança do paciente, além da falta de registros de esterilização dos instrumentais cirúrgicos levados por médicos para a clínica.
A Clínica São Lucas declarou que os pacientes tiveram endoftalmite. A endofalite é uma inflamação aguda no globo ocular causada por uma bactéria. Pode ocorrer pela falta de esterilização de instrumentos cirúrgicos ou pelo uso de materiais contaminados.
A clínica declarou, ainda, que investiga o que teria causado a contaminação e que colabora com as autoridades e está indenizando os pacientes.