Carlos Eduardo Tavares de Aquino foi acusado de feminicídio, cinco lesões corporais culposas e por dirigir sob efeito de entorpecente
O atropelamento de Eliana Cordeiro, de 58 anos, que morreu em Campos (RJ) na noite de 28 de outubro, quando foi atingida por um carro pelas costas quando trafegava em uma via, foi causado intencionalmente pelo próprio filho.
O foi maior desafio da Polícia Civil nas investigações foi comprovar se houve intenção do estudante de medicina Carlos Eduardo Tavares de Aquino, de 32 anos, de matar a própria mãe atropelada.
Ela trafegava de bicicleta elétrica pela Avenida Francisco Lamego, no bairro Jardim Carioca, na região de Guarus, quando foi atingida pelas costas na noite de 28 de outubro, uma segunda-feira. Outro veículo também foi atingido, deixando cinco pessoas feridas.
Segundo o delegado Carlos Augusto, responsável pelo caso, o atropelamento foi feminicídio. Ele pontuou alguns fatores que fizeram a polícia concluir que o homem atropelou e matou a mãe de propósito.
“Inicialmente, se apresentava como um acidente de trânsito, mas, na verdade, verificamos depois fatores que a gente colocou na investigação que comprovam que ele agiu com vontade de matar essa mãe”, disse o delegado.
Carlos Eduardo foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ele é acusado de feminicídio, cinco lesões corporais culposas e por dirigir sob efeito de entorpecente.
Alguns fatores que levaram a polícia a concluir que houve dolo na conduta de Carlos Eduardo, segundo o delegado, foram:
- A utilização do veículo de forma anormal pouco antes do acidente, somente acelerando o veículo naquela reta onde foi a colisão;
- A questão de tentar fugir do local do crime, que comprova que ele teve algum tipo de consciência naquela conduta;
- O menosprezo pela condição da mãe, que viu a mãe morta ali e sequer esboçou qualquer tipo de sentimento daquilo tudo;
- A questão da boa iluminação do local também foi relevante, foi crucial na verdade, porque tinha condições de ver que era a bicicleta da mãe, bicicleta amarela, cor amarelo vivo, que todo mundo sabia da comunidade que só ela tinha aquela bicicleta.
“Então, todos esses fatores levaram a investigação no caminho do dolo”, explicou o delegado.
Além das provas da investigação relacionadas à ocorrência, a Polícia Civil também considerou o histórico de agressões sofridas pela vítima, sobretudo em razão do acusado ser usuário de drogas, como mostra um vídeo feito dentro da casa da família, depois que ele pediu R$ 5 reais a ela.
Em determinado trecho do vídeo, ele diz:
“Morre logo, sua desgraçada! Morre logo, desgraçada! (…) ‘É’ cinco reais, você é um lixo!”.
Em depoimento, um dia depois do atropelamento, o suspeito, acompanhado do advogado, negou ter ciência de que a vítima seria a própria mãe. Na última semana, o advogado anunciou que deixou a defesa do homem.