Queimadas, fumaça e falta de estrutura hoteleira no Pará expõem desafios do governo federal para conferência do clima COP30

Estado vai ser a sede da Conferência do Clima, que vai receber líderes mundiais para debater mudanças climáticas, mas nãotem cagas de hotel

O Pará está em chamas e coberto por fumaça que embaça a visão de quem chega àsprincipais cidades do estado, como Belém.

.A fuligem que cobre as cidades é resultado das queimadas, a maioria ligadas ao desmatamento ilegal na Amazônia, justamente um dos temas a ser debatido no evento mundial pata o clima no ano que vem..

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado lidera os focos de queimadas desde o início do ano. 

O cenário expõe os desafios do Brasil para conter a crise a menos de um ano da conferência mundial do clima, que será realizada na capital, Belém.

Segundo os dados do Inpe, o fogo começou no estado em julho e, desde então, permanece acima da média histórica mensal registrada desde 1998. Até agora, foram contabilizados 53 mil focos de incêndio – o maior índice do Brasil em 2024.

O estado está em situação de emergência por causa dos incêndios. Enquanto isso, as cidades enfrentam um aumento no número de doenças respiratórias, e, em algumas áreas, o céu já não é mais azul.

Além desses desafios diretamente ligados ao clima, o governo federal e estadual no Pará enfrentam a falta de tempo para concluir obras de infraestrutura Pará receceber a COP30.

Não há rede hoteleira suficiente e os projetos de construção de hotelaria não comportam o movimento esperado para o ano que vem.

Cada vem mais próximo da data do evento, a capital paraense continua enfrentando problemas para desafogar a hotelaria e atender ao público estimado da COP-30 em 2025.

Em setembro de 2023, foi realizado um mapeamento de sete prédios da capital paraense que poderiam ser readequados e utilizados como hotéis durante a COP-30. Em abril de 2024, o Governo Federal anunciou a cessão de uso do antigo prédio da Receita Federal, em Belém, para a implantação de um projeto de readequação com foco na rede hoteleira.

O prédio possui 18 andares num terreno com área de 2.709,00 m² e benfeitorias que somam 15.218,00 m². Ele está localizado no Bairro Reduto e seria cedido ao Estado do Pará sob condições especiais. Porém, segundo a coluna do jornalista Mauro Bonna, devido ao tamanho da obra de readequação e o curto prazo para o inicio do evento, a ideia foi descartada.

Outra possibilidade a ser considerada é a hospedagem em navios aportados no Porto de Belém, que tem passado pelo processo de dragagem para suportar a ancoragem de navios maiores, mas as contratações das embarcações estão em ritmo lento.

A crise climática é de estrutura expõem as vulnerabilidades do país no combate ao desmatamento e ao fogo e para a realizaçãoda COP30.

No último ano, os índices de desmate no bioma vêm caindo, mas estão longe de chegar a zero – meta do governo Lula para 2030. Já as obras estruturantes estão mais atrasadas do que as previsões iniciais.

Em 2025 o país será sede da Conferência do Clima, encontro do órgão supremo da ONU sobre mudanças climáticas, que acontecerá, justamente, em Belém (PA). Organizar um evento dessa magnitude traz uma série de desafios logísticos, mas o país ainda enfrenta outro: evitar transmitir ao mundo a imagem da crise que enfrenta.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025 e trará uma enorme visibilidade para o Brasil e principalmente para a Região Norte.

O evento destaca a discussão e formulação de políticas ambientais a partir da reunião de líderes mundiais, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil, para estabelecer e fortalecer compromissos internacionais com a diminuição das mudanças climáticas.

A capital paraense foi escolhida para representar o Brasil na indicação realizada pelo presidente Lula, durante a COP-27, no Egito.

Segundo o governo federal, , em novembro de 2025, o Pará contará com a utilização de navios de cruzeiro para hospedagem temporária dos participantes: 

A Embratur será responsável pela contratação dos navios, que seguirão as regras do mercado privado.

  • Os navios ficarão ancorados no porto de Belém, oferecendo cerca de 4.500 quartos.
  • O terminal hidroviário regional será duplicado para cerca de 4 mil metros quadrados e funcionará como receptivo para os hóspedes dos navios.
  • A região portuária de Belém receberá também a construção de dois hotéis e a readequação de hotéis já existentes.

Além dos navios, o governo federal está realizando outras ações para receber os participantes da COP30, como:

Mobilização da Polícia Federal para garantir a segurança das autoridades. 

Obras de dragagem no porto de Belém, com um investimento estimado de R$ 200 milhões.

Reformas na Base Aérea de Belém para quadruplicar a capacidade de voos oficiais.

Melhorias no Aeroporto Internacional de Belém.

Santarém está coberta por fumaça e prefeitura pediu apoio do governo federal para combate a incêndios no estado — Foto: Luiz Fernando Rocha

Em Santarém, a prefeitura decretou estado de emergência devido à baixa qualidade do ar. O governo local anunciou que está adotando medidas para conter os incêndios, mas a cidade possui mais de 22 mil km² de extensão – quase 15 vezes o tamanho da cidade de São Paulo em área –, e não há efetivo suficiente.

A fuligem que cobre a cidade não é só de incêndios locais, mas de fogo de outras áreas, mas que a nuvem cinza vem arrastada pelo vento. Um dos pontos levantados pelos gestores locais é o tamanho das áreas e a dificuldade para combater as chamas.

O Pará é um dos maiores estados do país, com uma grande área de floresta. Em setembro a Força Nacional foi mobilizada para apoiar o combate às chamas em seis estados, incluindo o Pará, mas o reforço não se manteve..

Nos hospitais do estado, os casos de doenças respiratórias continuam a aumentar, afetando principalmente idosos e crianças, que apresentam sintomas como tosse, vômito e diarreia. Segundo a Secretaria de Saúde de Santarém, o atendimento por doenças respiratórias cresceu 42,56% em relação ao mesmo período do ano passado.

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