Grupos rebeldes liderados pelo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) iniciaram uma ofensiva contra o regime de Assad na Síria e tomaram Damasco
Forças rebeldes anunciaram neste domingo (8) que o ditador sírio Bashar al-Assad deixou a capital, Damasco.
Bashar al-Assad fugiu de Damasco em direção a um destino desconhecido, segundo oficiais do Exército. Os rebeldes afirmam ter entrado na capital sem encontrar resistência militar.
Testemunhas relataram que milhares de pessoas, a pé e em carros, se reuniram na praça principal de Damasco, acenando e gritando “Liberdade” em comemoraçãoàqueda do ditador.
No comando do país desde 2000, o ex-presidente não resistiu à pressão da última ofensiva de grupos opositores liderados pelo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), que desde 27 de novembro tomaram importantes regiões do território sírio.
Assad comandou a Síria por 24 anos, e viu o país mergulhar em um conflito interno em 2011 após uma onda de protestos contra seu governo.
Com a ajuda de aliados como a Rússia e o Irã, ele conseguiu retomar algumas áreas dominadas por grupos de oposição. Sob seu governo, a Síria também viu a ascensão do Estado Islâmico (Isis), que chegou a controlar diversas regiões do país até perder seu último reduto no território sírio, em 2019.
Bashar al-Assad tem 59 anos e sucedeu no poder o pai, Hafez a-Assad, que morreu 2000 após governar a Síria por três décadas. Seu regime foi fruto de um golpe de Estado em 1971.
A família Assad é alauita, uma minoria religiosa xiita na Síria.
Nascido em 11 de setembro de 1965, em Damasco, estudou medicina e se especializou em oftalmologia. Em Londres, cursou uma pós-graduação.
Em 1994, Basil, seu irmão mais velho e sucessor natural de Hafez, morreu num acidente. Com isso, Bashar tornou-se o herdeiro do poder na família.
Em 10 de junho de 2000, ele foi declarado presidente pelo parlamento após um referendo popular no qual recebeu uma aprovação de 97,29%. Naquele momento, Bashar tinha 34 anos.
Em 2007, renovou seu mandato por outros sete anos em um referendo no qual obteve 97,62% dos votos. Em 2014, foi reeleito para um terceiro mandato de sete anos. A guerra civil síria já estava em curso e a votação foi realizada nas áreas controladas pelo governo.
A família Assad governa a Síria há mais de cinco décadas.