Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro preso pela PF neste sábado, teria coordenado golpe e estaria interferindo nas investigações

General da reserva do Exército foi ministro e candidato a vice na chapa de ex-presidente na última eleição presidencial

A Polícia Federal prendeu no início da manhã deste sábado (14) o general Walter de Souza Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro.

Preso no Rio de Janeiro, em Copacabana, Braga Netto é acusado de interferir nas investigações do inquérito do golpe de Estado do Supremo Tribunal Federal(STF).

Em novembro, depois de ser indiciado, Braga Netto disse que ‘nunca se tratou de golpe’.

A PF fez buscas na casa do general. O ex-ministro foi entregue ao Comando Militar do Leste e ficará sob custódia do Exército.

Walter de Souza Braga Netto é general da reserva do Exército, ex-ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição presidencial de 2022.

Nascido em Belo Horizonte (MG), o militar tem 67 anos. Ele entrou para o Exército em 1975.

Em novembro, a Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros integrantes do governo passado por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

A investigação apontou uma organização estruturada e coordenada para tentar manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores radicais do ex-presidente invadiram prédios do Congresso, do Judiciário e do Executivo em Brasília.

Ao pedir a prisão preventiva de Braga Netto neste sábado, a PF argumentou que a liberdade de Braga Netto representa um risco à ordem pública devido à possibilidade de voltar a cometer ações ilícitas.

Segundo a PF, Braga Netto coordenou ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais, os chamados “kids pretos”.

Teve participação relevante nos atos criminosos e era “a cabeça, o mentor do golpe, mas sob comando de Bolsonaro”. Entregou dinheiro em uma sacola de vinho para financiar as operações;

O general tentou obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados;

Para a PF, Braga Netto teve ação efetiva na coordenação das ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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