Direita alemã quer independência dos EUA e tem pressa para governar

Friedrich Merz celebra vitória nas eleições; Scholz diz que não vai participar do futuro governo

Friedrich Merz, líder do partido de centro-direita União Democrata Cristã (CDU) e vencedor das eleições alemãs deste domingo, 23, está em curso para se tornar o chanceler da maior economia da Europa, a Alemanha.

Após a divulgação de pesquisas de boca de urna que colocaram os conservadores do CDU em primeiro lugar entre os partidos que vão compor a próxima legislatura do parlamento alemão, Merz celebrou o desempenho de seus aliados.

“Bem-vindos a esta histórica noite de 23 de fevereiro de 2025. Nós vencemos essas eleições”, disse em seu discurso de vitória, em Berlim.

O líder alemão enfatizou sua pressa para formar um governo de coalizão e, a partir disso, começar a governar. Em meio à aproximação entre os Estados Unidos de Donald Trump e a Rússia de Vladimir Putin — e o distanciamento do primeiro em relação à Europa, Merz aponta que o rápido fortalecimento do continente, em direção à “independência gradual em relação aos EUA”, é uma “prioridade absoluta”.

Mirando agilidade na integração europeia, as negociações para a formação de um governo na Alemanha não podem esperar, na avaliação do vencedor das eleições. “[O mundo lá fora] não está esperando por longas negociações e conversas de coalizão”, escreveu o político na rede social X (ex-Twitter).

“Rússia e os Estados Unidos estão se encontrando — passando por cima da cabeça da Ucrânia e, portanto, também também passando por cima das cabeças da Europa”.

Merz diz que os holofotes agora estão sob a Alemanha e seus aliados se perguntam sobre quanto tempo será necessário para a formação de uma coalizão de governo.

A aposta do líder conservador é que as tratativas com outros partidos podem ser bem-sucedidas antes da Páscoa, ou seja, em menos de um mês.

O CDU descarta a possibilidade de formar um governo se aliando com o segundo partido mais votado, o Alternativa Para a Alemanha (AfD), de extrema-direita. Com isso, sobram duas cartas na mesa para Merz, os social-democratas, liderados pelo hoje chanceler Olaf Scholz, e os Verdes.

A depender do número de assentos no parlamento conquistado por cada um dos partidos, o CDU está obrigado a formar uma coalizão de três partidos para ter maioria.

O resultado oficial confirmou as pesquisa de boca de urna e de intenção de voto. Embora vencedor, o CDU não obteve a maioria necessária para governar, e caberá agora ao líder da sigla, Friedrich Merz, tentar alianças com outros partidos para conseguir formar governo.

O segundo maior número de votos ficou com o AfD, que conquistou um recorde de votos para a extrema direita na história da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

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