Celina Leão disse que ato foi em defesa do Estado dr Direito
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) subiu o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de agir em conluio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para elegê-lo em 2022.
“Me acusam de golpe de Estado. Segundo a Polícia Polícia Federal, eu comecei a dar um golpe de Estado numa live. E quem deu golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da cadeia? Um cara condenado em três instâncias por corrupção, lavagem de dinheiro, é tirado da cadeia. Quem descondenou o Lula pra ele deixar de ser ficha suja?”, disse Bolsonaro, em alusão ao Supremo.
Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou na avenida lotada por manifestantes e pediu anistia para os presos pelos atos golpistas. Fez críticas ao STF e ao presidente Lula. Ao defender o seu governo, elogiou a sua equipe econômica na época, citou a criação do PIX entre os feitos da sua gestão e afirmou ter havido uma “interferência” que fez mudar o resultado final das eleições de 2022.

Durante a manifestação pró-anistia que liderou na Avenida Paulista na tarde deste domingo, 6, Bolsonaro reiterou que não fugirá do Brasil, mas disse que, se tivesse ficado em solo nacional no 8 de Janeiro, estaria “apodrecendo na cadeia”.
O ex-presidente foi mais explícito em outro trecho de seu discurso. “O golpe deles só não foi perfeito porque no dia 30 de dezembro de 2022 eu saí do Brasil. Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite do 8 de Janeiro e estaria apodrecendo na cadeia até hoje, ou quem sabe assassinado por esses mesmos que colocaram esse vagabundo na presidência. (…) Um golpe foi dado, tanto é que o candidato deles está lá. Alguns deles falaram que interferiram sim, mas que foi para o bem da democracia.”
Segundo Bolsonaro, “a pressão foi enorme, inclusive de fora do Brasil”, sugerindo que houve interferência internacional, e também reiterou que tem esperanças de que, com Trump eleito nos EUA e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior, seu destino político possa ser mudado.

Além dos ataques a Alexandre de Moraes, a Lula e ao STF, o ministro Flávio Dino também não foi poupado. “Eu estou inelegível porque me reuni com embaixadores. Não porque me reuni com traficantes igual o atual presidente. Dizem que eu sou golpista. Então porque o Flávio Dino, então Ministro da Justiça, sumiu com as fitas do que acontecia na Esplanada?”
Além de Bolsonaro, estavam presentes na manifestação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o do Paraná, Ratinho Junior; o do Amazonas, Wilson Lima; o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil); e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) e a vice-governadora do DF, Celina Leão (PP).

A vice-governadora do DF
reforçou a necessidade de equilíbrio
entre justiça e liberdade, e se posicionou
de forma crítica quanto ao que classificou como excessos em decisões
judiciais. “O Brasil precisa de justiça
com responsabilidade. O direito de
defesa é sagrado e não pode ser
relativizado. Nossa Constituição deve
ser respeitada em todas as esferas”
afirmou.
Celina também destacou que a
presença de lideranças de diferentes
estados evidencia um sentimento
nacional em torno do debate sobre os
rumos da democracia. “Estamos aqui
não apenas para pedir anistia, mas para
defender o Estado de Direito”
completou Celina.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), chamou os ministros de “ditadores de toga”.
Do alto do trio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu uma “anistia humanitária” aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

O ex-presidente falou, ainda, sobre o caso de um pipoqueiro que participou do 8 de Janeiro cujo processo está no STF. “Eles já formaram maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro por golpe de Estado armado. É inacreditável o que acontece. Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação. Mas quero dar um recado aqui para o mundo e depois eu faço a tradução para vocês”.
Depois leu um texto, em inglês, onde, apesar das falhas na pronuncia, disse não haver crime no caso dos dois. Na sequência, de volta ao português: “Ou seja: sorveteiro e pipoqueiro dando golpe de Estado no Brasil. É uma vergonha cometer esses dois por um crime que não existiu”.
Bolsonaro também chamou a mãe da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que ficou dois anos presa por escrever um xingamento proferido pelo ministro Roberto Barros do STF, “Perdeu, mané” na estátua da Justiça.

Bolsonaro recebeu no palanque a mãe e a irmã da cabeleireira que está sendo condenada a catorze anos de prisão por ter participado da suposta tentativa de golpe nas manifestações do dia 8 de janeirode 2023.


