Índígenas tentam invadir Congresso, deputada é atingida e parlamentares se pronunciam sobre confronto

Parte dos 8 mil manifestantes indígenas avançaram até o gramado

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se pronunciaram sobre o confronto ocorrido na noite desta quinta-feira (10) entre manifestantes indígenas e as forças de segurança da Polícia Militar do Distrito Federal e do Congresso Nacional, em Brasília.

A tentativa de invasão aconteceu durante uma ação do Acampamento Terra Livre (ATL). Várias etnias estão reunidas na maior mobilização indígena do país em 2025. desde o último fim de semana.

Nesta quinta, os indígenas saíram do acampamento, que fica junto da antiga Funarte, por volta das 17h, e marcharam em direção ao Congresso Nacional. Ao chegar em frente à Câmara dos Deputados, alguns indígenas avançaram e derrubaram grades de proteção que cercam o prédio.

Alguns indígenas estavam armados com arco e flexa, tacapes e outras ferramentas, mas não utilizaram os artefatos.

Para conter a confusão, foram lançadas bombas de gás lacrimogênio e usado spray de pimenta. Algumas pessoas foram atingidas e passaram mal, com falta de ar. Entre elas uma deputada federal indígena, Célia Xakriaba (PSOL-MG).

Célia Xakriabá foi atingida por gás lacrimogênio

Após ser atingida, a deputada Célia Xakriabá foi até a barreira policial e disse que era uma parlamentar. Ela também questionou o uso do gás de pimenta, e reclamou de dor nos olhos.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), duas mulheres tiveram mal súbito e foram transportadas conscientes, orientadas e estáveis para hospitais.

Bombeiros socorrem indígenas na manifestação
Manifestante desmaia e é socorrida durante manifestação no Congresso Nacional

A Câmara dos deputados disse que o impasse começou quando cerca de mil indígenas, dos 8 mil manifestantes, romperam as barreiras da Polícia Militar do Distrito Federal, derrubaram os gradis e avançaram até o gramado do Congresso Nacional.

Para controlar a situação, as Polícias Legislativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal usaram “agentes químicos para conter a invasão e impedir a entrada no Palácio do Congresso”.

A Secretaria de Polícia do Senado Federal informou que devido ao avanço inesperado de manifestantes em direção à sede do Poder Legislativo, “foi necessário conter os manifestantes, sem grandes intercorrências”.

A Polícia Militar acompanhou a marcha desde o início. Alguns indígenas disseram que os policiais militares também usaram gás lacrimogênio e gás de pimenta para conter a confusão em frente ao Congresso Nacional.

A PMDF disse que, ao final da manifestação, um grupo “adentrou a área de segurança do Congresso Nacional, momento em que a Polícia Legislativa atuou com material químico”.

Os diretores da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados informaram que nenhum manifestante foi detido pelo órgão. Segundo eles, a preocupação do órgão era “conter a invasão”.

O trânsito em Brasília ficou caótico. As vias do eixo monumental foram fechadas no horário de pico de saída dos trabalhadores.


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