Cheia deixa 20 municípios em situação de emergência no AM; mais de 209 mil pessoas são afetadas

Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais diz que as nove calhas dos rios amazonenses devem continuar em processo de cheia até, pelo menos, o mês de junho

O Amazonas registra 20 municípios em situação de emergência devido à cheia dos rios, segundo a Defesa Civil do Estado, neste sábado (17). Mais de 209 mil pessoas são impactadas diariamente, enfrentando dificuldades de locomoção, perdas na produção rural e inundações residenciais.

A cheia, que costuma começar na segunda quinzena de outubro com o fim da seca — que em 2024 foi recorde — deve continuar até, pelo menos, junho, conforme o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais. As nove calhas dos rios amazonenses seguem em processo de cheia.

Cheia atinge 20 municípios no Amazonas

Nos últimos dois dias, dois municípios passaram do alerta para emergência. Um é banhado pelo rio que dá nome à cidade e outro, afluente do Solimões.

Cheia atinge 20 municípios no Amazonas

Municípios em emergência e níveis dos rios (medição de sábado, 17):

Humaitá – Rio Madeira: 22,22 m

Apuí – Rio Madeira: não divulgado

Manicoré – Rio Madeira: 27,46 m

Boca do Acre – Rio Purus: 8,73 m

Guajará – Rio Juruá: 7,98 m

Ipixuna – Rio Juruá: 10,38 m

Novo Aripuanã – Rio Madeira: não divulgado

Benjamin Constant – Rio Solimões: não divulgado

Borba – Rio Madeira: 21,32 m

Tonantins – Rio Amazonas: 16,08 m

Itamarati – Rio Juruá: 19,33 m

Eirunepé – Rio Juruá: 14,01 m

Atalaia do Norte – Rio Solimões: 12,49 m

Careiro – Rio Solimões: 19,32 m

Santo Antônio do Içá – Rio Solimões: 13,72 m

Amaturá – Rio Solimões: não divulgado

Juruá – Rio Solimões: 23,40 m

Japurá – Rio Amazonas: 13,15 m

São Paulo de Olivença – Rio Solimões: 14,28 m

Jutaí – Rio Jutaí: 25,32 m

Outras classificações:

3 municípios em estado de atenção

37 em alerta

2 em situação de normalidade

Causas do aumento do nível dos rios, segundo o meteorologista Leonardo Vergasta:

Inverno Amazônico: chuvas acima da média até o fim de maio

La Niña: encerrado em abril, mas com efeitos persistentes

Somente em um dos municípios, cerca de 21 mil pessoas, o que representa 45% da população, foram diretamente afetadas. Na zona rural, praticamente toda a produção agrícola foi perdida, como relata a agricultora Ana Luzia, produtora de hortaliças.

A cheia na Amazônia chega depois de uma das piores secas

A forte seca no Amazonas, que foi histórica em 2024, começou a se aliviar a partir da segunda quinzena de outubro, quando tem início o chamado período de cheia na região.

Apesar disso, os efeitos da seca ainda persistiram por semanas, com muitas áreas sofrendo impactos até novembro. A transição mais concreta para o regime de chuvas — marcando o fim da seca — se deu entre final de outubro e início de novembro de 2024, com o avanço do Inverno Amazônico (estação chuvosa que vai de dezembro a maio).


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *