Em coletiva realizada nesta terça-feira (2), o presidente da recém-formada Federação União Progressista, Antônio Rueda, anunciou que todos os parlamentares e filiados que ocupam cargos no governo federal devem renunciar imediatamente. A decisão, considerada “gesto de clareza e coerência”, terá aplicação imediata. “Quem cai, cai hoje”, afirmou Rueda.
O comunicado deixou claro que, caso a ordem não seja cumprida, serão adotadas punições disciplinares conforme previsto no estatuto da federação — como afastamento de dirigentes estaduais que desobedecerem a determinação.
Estiveram presentes na coletiva, além de Antônio Rueda, o co-presidente Ciro Nogueira (do PP) e lideranças da bancada, como Teresa Cristina, Luizinho e Pedro Lucas.
Ministros na mira: quem deve deixar os cargos
A determinação impacta diretamente alguns nomes de peso:
André Fufuca (PP), ministro do Esporte.
Celso Sabino (União Brasil), ministro do Turismo.

O anúncio ocorre no mesmo dia em que se inicia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, e que a federação também planeja apoiar um projeto de anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mantendo apenas a inelegibilidade de Bolsonaro.
Apesar disso, alguns nomes ligados à federação deverão permanecer, inclusive por indicação de outras lideranças:
Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) — ambos indicados pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, nome de confiança do deputado Arthur Lira (PP-AL), também deve permanecer.
Contexto político: uma decisão planejada e estratégica
A federação União Progressista, formalmente oficializada em abril de 2025, já emerge como a maior força partidária da Câmara, com 109 deputados e 14 senadores. A federação foi concebida também como uma ferramenta estratégica visando as eleições de 2026 e disputas por recursos partidários.
A saída oficial do governo, neste momento, também se insere em um contexto de crescente tensão política. Uma semana atrás, o presidente Lula cobrou fidelidade dos nomes do Centrão no governo, sugerindo que permanecessem somente aqueles dispostos a defender a gestão; Esse discurso intensificou o desgaste com PP e União Brasil.
Desde julho, havia um movimento gradual de redução da presença da federação no governo, em especial nos escalões intermediários e em estatais. O desembarque ministerial de hoje é, portanto, o ápice dessa estratégia em curso.
Repercussão e impacto político
A saída dos partidos do governo representa um empinamento da base oficial de apoio ao governo na Câmara para apenas 259 deputados, o que complica ainda mais a governabilidade do presidente Lula.
Além disso, ao anunciar apoio à anistia de Bolsonaro no exato momento em que começa seu julgamento no STF, os líderes da federação sinalizam uma reorientação estratégia clara para o cenário político que se aproxima, com vistas às eleições de 2026.
Conclusão
O anúncio da federação União Progressista nesta terça-feira (2 de setembro de 2025) representa um marco na redefinição do tabuleiro político nacional. Ao determinar a saída urgente de ministros e parlamentares do governo, a federação dá um passo decisivo em direção à autonomia estratégica, ao tempo em que sinaliza uma tentativa de preservar espaço e força em meio ao clima político que acelera rumo às eleições presidenciais de 2026.
Se quiser, posso acompanhar os desdobramentos sobre quem efetivamente renuncia, o andamento do plano de anistia ou reações do governo e do STF.

