O subsecretário de Gestão e Tecnologia da Prefeitura de Praia Grande, Sandro Rogério Pardini, foi um dos principais alvos da operação policial deflagrada nesta semana na Baixada Santista, em São Paulo. A ação é parte das investigações sobre o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, que também exercia o cargo de secretário de Administração municipal e foi morto a tiros em 15 de setembro, logo após sair da sede da prefeitura.
Ao todo, a Polícia Civil cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços de Praia Grande, São Vicente e Santos. Na residência de Sandro Pardini, foram apreendidos computadores, celulares, três pistolas, R$ 50 mil em espécie, mais de mil euros e US$ 10 mil.
Documentos bancários, bilhetes com anotações financeiras e registros de armas também ficaram sob poder da Justiça. A defesa do subsecretário afirma que todos os bens apreendidos têm origem lícita e são compatíveis com sua atividade profissional e interesses esportivos como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador).
O crime que vitimou Ruy Ferraz Fontes é tratado como execução, possivelmente ligada à atuação do delegado no combate a fraudes e desvios em contratos de compras e obras públicas da prefeitura.
Investigações apontam que “olheiros” acompanharam os passos de Fontes e repassaram informações aos responsáveis pelo homicídio. Entre os suspeitos, há funcionários públicos e prestadores de serviço cujos vínculos com a prefeitura e contratos de valores elevados estão sob análise. Ruy vinha fazendo pente-fino em contratações suspeitas, o que levantou hipóteses de motivações ligadas à corrupção ou disputa de poder municipal.
Sandro Rogério Pardini prestou depoimento como testemunha e declarou, via advogados, não ter qualquer envolvimento direto ou indireto com o crime. A defesa ressaltou que Pardini está colaborando com a polícia e que sua atuação é pautada por atividades lícitas e dedicação à família. Todas as armas apreendidas são registradas para uso em estande de tiro e os valores mantidos em casa teriam origem legal, segundo documentação apresentada aos investigadores.
A prefeitura de Praia Grande informou que está colaborando integralmente com as autoridades, fornecendo todas as imagens, documentos e dados necessários, além de não ter recebido comunicação oficial sobre as buscas na residência de Pardini, mas afirmou estar à disposição para eventuais esclarecimentos.
Situação dos suspeitos e próximos passos
A polícia já identificou oito suspeitos pelo assassinato do ex-delegado, sendo que quatro deles estão presos. Entre os investigados, estão pessoas que alugaram imóveis utilizados pelo grupo criminoso e que estariam fora da cidade desde o crime. Mandados continuam sendo cumpridos para identificar coautores, cúmplices e outros envolvidos.
A motivação do crime ainda está sendo apurada, mas contratos e negociações de alto valor realizados pela prefeitura seguem no centro das investigações. As buscas por provas continuam e o caso ganhou destaque pelo envolvimento de autoridades locais e pela suspeita de ligação com facções criminosas atuantes em São Paulo.

