Casos envolvem jovens internados em estado grave, vítimas com sequelas e três mortes confirmadas após consumo de bebidas adulteradas com a substância
A intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas em São Paulo vem gerando grave crise de saúde pública desde junho de 2025, com mortes confirmadas, casos de cegueira e internações em estado grave.
Até agora, foram confirmadas três mortes atribuídas ao consumo dessas bebidas, além de pelo menos dez casos em investigação, causando comoção e grande preocupação entre autoridades, vítimas e sociedade.
Vítimas fatais e principais casos
As três mortes confirmadas pela Secretaria de Saúde do Estado ocorreram em diferentes locais da Grande São Paulo. O primeiro óbito foi registrado em 15 de setembro na capital paulista, de um homem de 54 anos residente na Zona Leste (região da Mooca e Aricanduva) que apresentou sintomas em 9 de setembro e morreu após atendimento em unidade de saúde privada.
O segundo caso fatal ocorreu em 24 de setembro em São Bernardo do Campo, com um homem de 58 anos que foi atendido no Hospital de Urgência e faleceu após intoxicação confirmada por metanol .
O terceiro óbito confirmado, divulgado dia 29 de setembro, foi de Marcelo Macedo Lombardi, advogado de 45 anos, cuja morte está sob investigação na capital paulista, mas já tendo exames preliminares confirmado a presença de metanol .
Além dessas mortes, um quarto óbito está sob investigação por suspeita da mesma causa, relacionada a um homem com histórico de etilismo crônico, sem confirmação definitiva do tipo de contaminação.
Intoxicações graves e sequelas
Há pelo menos quatro jovens, entre homens e mulheres, internados em estado grave, alguns com sequelas muito sérias, como cegueira irreversível. Entre eles está Rafael dos Anjos Martins Silva, internado há quase um mês em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após consumir gin adulterado comprado em uma adega da Zona Sul da capital.
Rafael começou a apresentar fortes dores abdominais, vômitos e cegueira progressiva, quadro considerado irreversível pelos médicos.
Outra vítima que perdeu a visão é Rhadarani Domingos, que ingeriu três caipirinhas de vodca em um bar no Jardim Paulista (zona nobre da capital). Mesmo após deixar a UTI, ela segue internada e sem previsão de alta, enfrentando sequelas severas .
Também há casos de jovens que sofreram a perda total ou parcial da visão e, em um deles, até mesmo um AVC decorrente da intoxicação foi registrado, como no caso de um homem de 31 anos.
Bebidas adulteradas e investigaçãoAs substâncias contaminadas encontradas incluem diversos tipos de destilados, como gin, vodca e uísque, comercializados em bares e adegas.
Uma investigação policial está em andamento para identificar os responsáveis pela adulteração, com ações em bares de regiões como Jardins, Mooca e Zona Oeste e apreensões de garrafas sem rótulos suspeitas. Mais de 117 garrafas foram apreendidas em três estabelecimentos, todas sujeitas a perícias para confirmar a presença de metanol.
O metanol é um composto químico altamente tóxico e proibido para consumo humano, sendo usado em produtos industriais e solventes. Frequentemente, em crimes como esse, é adicionado a bebidas alcoólicas para aumentar o volume e o lucro, porém com risco fatal para os consumidores.
Reações oficiais e alertas
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, junto ao Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, está monitorando o caso com atenção, considerando o número de intoxicações “fora do padrão” para um curto período de tempo. A Secretaria de Saúde de São Paulo reforçou orientações para que comerciantes fiquem atentos à procedência dos produtos e para que consumidores se abstenham de bebidas de origem duvidosa.
Até o momento, foram confirmados seis casos de intoxicação e dez em investigação, com mortes, cegueira e sequelas graves, o que coloca o alerta máximo nas ações de fiscalização, investigação criminal.

