Família de mulher contesta uso de drogas e pede investigação rigorosa.
A famílua de Ana Carolina da Silva contestou que ela seja usuária de drogas e pede mais investigações levantando a suspeita de que ela pode ter sido assassinada ao ser forçada a ingerir substâncias.
Segindo a investigação sobre a morte do policial militar Jeferson Luiz Sagaz e da companheira dele, a empresária Ana Carolina Silva, a polícia acredita que o casal não percebeu o risco que estavam correndo e não conseguiu reagir a tempo. Segundo a Polícia Científica, o uso combinado de cocaína e álcool provocou um estado de torpor, impedindo que eles percebessem o perigo antes de desmaiar na banheira do motel.
A conclusão indignou familiares. (LEIA MAIS ABAIXO).
O casal foi achado morto em 11 de agosto em São José (SC). Segundo a Polícia Civil, a causa da morte foi intoxicação exógena agravada pela hipertermia induzida pelo calor, que levou à desidratação intensa, falência orgânica e morte.
O resultado da investigação foi divulgado em coletiva à imprensa na quarta-feira (1°) e o inquérito foi encaminhado à Justiça.
De acordo com o delegado Felipe Simão, responsável pelo caso, a temperatura da água chegou a 50 °C, o que agravou o quadro, levando à perda súbita de consciência e colapso cardiovascular.
Segundo o diretor de Medicina Legal, Fernando Oliva da Fonseca, a necrópsia revelou sinais de intermação, um processo de aquecimento excessivo do corpo.
“A cocaína, em doses elevadas, pode causar sonolência, mal-estar e até coma. Quando associada ao álcool, esses efeitos se intensificam. Nesse estado, a pessoa não percebe o aumento da temperatura e não consegue reagir”, explicou.
A perita-geral Andressa Boer Fronza informou que foram realizados mais de 16 laudos, incluindo análises no local, nos corpos e em objetos. A conclusão descartou violência externa ou causas ambientais, como choque elétrico.
“O cenário mais plausível é de que a associação do consumo de álcool e cocaína, combinada com a exposição prolongada à água quente, tenha criado condições favoráveis para perda súbita de consciência e colapso cardiovascular, situação em que o sistema sanguíneo e o coração deixam de funcionar adequadamente e ocorre a parada do fluxo sanguíneo para os órgãos vitais”, reiterou em nota a Polícia Científica de Santa Catarina.
Ana Carolina Silva era dona de uma empresa de esmalteria. Já Jeferson atuava na Academia de Polícia Militar da Trindade (APMT), em Florianópolis. Ele não estava com a arma no motel, segundo a Polícia Civil.
Jeferson estava de folga e passou o dia com Ana comemorando o aniversário da filha de 4 anos em um food park da região, onde ingeriram bebidas alcoólicas. Mais tarde, eles chegaram a ir até uma casa noturna, e a criança ficou com um familiar.
Jeferson e Ana não entraram no estabelecimento e seguiram para o motel. Conforme a apuração, eles chegaram ao local por volta da meia-noite.
“Em relação à banheira, a temperatura da água passou de acima de 50ºC em um espaço curto de tempo. O aquecedor do ambiente, da ventilação, também foi acionado, foi encontrado ligado numa temperatura elevada. Essas circunstâncias, associadas ali às substâncias encontradas, como a doutora mencionou, levaram à conclusão de que a causa da morte seria uma morte súbita”, completou o delegado Felipe Simão.

Os dois estavam juntos havia quase 20 anos e não tinham nenhum histórico de violência.
A família de Ana Carolina publicou uma nota após a conclusão do inquérito. Confira abaixo:
É com profunda indignação que nós, da família da Ana Carolina da Silva, conhecida como Ana da Mood, repudiamos as notícias falsas que vêm sendo divulgadas.
Embora laudos apontem a presença de substâncias em seu sangue, afirmamos com total certeza de que Ana não era usuária de drogas. Diante das inconsistências, levantamos a séria preocupação de possível ingestão forçada ou envenenamento e exigimos investigação rigorosa, transparente e imparcial.
Nosso objetivo é preservar a memória e a dignidade de Ana, garantindo que a verdade prevaleça sobre especulações cruéis e injustas. Não aceitaremos que sua história seja manchada por suposições irresponsáveis.
Seguiremos firmes em busca de respostas, com a certeza de que a justiça será feita.

