O Brasil acaba de receber um supercomputador seis vezes mais rápido, que promete revolucionar a previsão de chuvas e desastres naturais em todo o território nacional.
O equipamento, já em fase de testes e instalado no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), representa um salto tecnológico e possibilitará informações inéditas sobre clima e riscos extremos.
Como funciona o novo supercomputador
O supercomputador foi adquirido em 2024 por cerca de R$ 25 milhões, em substituição ao antigo sistema Tupã, de 2010, cuja capacidade já estava defasada.
O novo modelo é capaz de processar trilhões de cálculos por segundo, recebendo dados de satélites, aviões, navios, balões meteorológicos e milhares de estações espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.
Com isso, as previsões agora podem ser feitas a cada seis horas – antes, aconteciam apenas duas vezes por dia – aproximando o acompanhamento atmosférico do tempo real.
Nível de precisão inédito
A grande revolução é a resolução das previsões: o antigo modelo trabalhava com áreas de 7 km², onde todos moradias recebiam a mesma informação, mesmo que só uma parte do bairro estivesse sob chuva forte.
Agora, as previsões terão precisão de 3 km² para todo o país e até 1 km² nas regiões metropolitanas, permitindo saber exatamente em qual bairro vai chover e a que hora o fenômeno começará.
Isso elimina o problema das previsões genéricas e permite alertas hiperlocalizados para a população e autoridades.
Impacto em desastres e políticas públicas
O sistema será fundamental para o trabalho do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Defesa Civil, viabilizando a emissão de alertas com antecedência para chuvas intensas, secas, deslizamentos e outros eventos extremos.
O equipamento também contribuirá para decisões em energia, agricultura, saúde pública e logística, fortalecendo a resposta nacional a eventos críticos.
Muitos dos grandes desastres dos últimos anos poderiam ter seus impactos atenuados se uma tecnologia como essa estivesse disponível, já que os modelos futuros serão capazes de indicar regiões e horários exatos de maiores acumulados de chuva, ventos e outros perigos.
Futuro e funcionamento
O supercomputador já está operando em fase de adaptação e deve entrar em funcionamento pleno em dezembro de 2025.
As informações geradas pelo sistema serão públicas, acessíveis a órgãos governamentais, pesquisadores e diretamente à população.
Segundo o Inpe, a máquina também terá papel estratégico nos estudos sobre mudanças climáticas e na formulação de estratégias nacionais de adaptação e mitigação.
Com processamento seis vezes mais rápido, armazenamento 24 vezes maior e nível de detalhe nunca antes visto no Brasil, o novo supercomputador é considerado um marco na meteorologia nacional, trazendo potencial para salvar vidas e evitar grandes prejuízos por meio da tecnologia avançada de previsão de chuvas e desastres.

