Vencedores levam o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões). As láureas em Física, Química, Literatura e Paz serão entregues ao longo da semana; já a de Economia será divulgada na próxima segunda
Na manhã desta segunda-feira (6), o Instituto Karolinska, na Suécia, anunciou que o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2025 foi concedido aos pesquisadores americanos Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell e ao japonês Shimon Sakaguchi.
O reconhecimento veio pelas descobertas sobre a “tolerância imunológica periférica”, mecanismo fundamental que impede o sistema imunológico de atacar os próprios tecidos do corpo humano e abre caminho para novas terapias de doenças autoimunes e câncer.
O que é tolerância imunológica periférica
O conceito premiado explica como o organismo distingue entre células próprias e agentes invasores, evitando que os glóbulos brancos ataquem tecidos saudáveis. Esse equilíbrio é mantido graças à atuação das células T reguladoras (Tregs), que funcionam como guardiãs do sistema imunológico.
O trabalho dos cientistas foi crucial para identificar o gene FOXP3, fundamental para o desenvolvimento destas células, e para compreender seu papel em evitar doenças autoimunes, como a síndrome IPEX.
As descobertas identificaram as chamadas células T reguladoras, que funcionam como “guardiãs” do sistema imune, impedindo que linfócitos ataquem órgãos e tecidos saudáveis.

“Essas descobertas foram decisivas para compreendermos como o sistema imunológico funciona e por que nem todos desenvolvemos doenças autoimunes graves”, afirma Olle Kämpe, presidente do Comitê Nobel de Medicina.
Perfis dos laureados
Mary E. Brunkow nasceu em 1961 e é gerente sênior de programas do Institute for Systems Biology, em Seattle (EUA).
Fred Ramsdell tem 64 anos e atua como consultor científico na Sonoma Biotherapeutics, em San Francisco; é cofundador da empresa.
Shimon Sakaguchi, 74, é professor da Universidade de Osaka, no Japão.
Impacto e avanços científicos
As descobertas lançaram as bases para um novo campo de pesquisa, promovendo avanços em tratamentos para câncer e doenças autoimunes. O Comitê do Nobel destacou que manter o sistema imune sob controle é essencial para combater micróbios sem provocar doenças autoimunes. Os três pesquisadores dividirão o prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões) e receberão, além do diploma, uma medalha de ouro entregue pelo rei da Suécia.
A entrega do Nobel de Medicina abre a temporada dos prêmios Nobel de 2025, celebrando inovações científicas que transformam a vida e a saúde ao redor do mundo.
As láureas em Física, Química, Literatura e Paz serão entregues ao longo da semana; já a de Economia será divulgada na próxima segunda-segunda-feira (13).

