Pericia no apartamento onde morreram Lidiane Aline Lorenço, de 33 anos, e sua filha, Miana Sophya Santos, de 15, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro aponta falha em reforma
O laudo pericial sobre o apartamento onde morreram Lidiane Aline Lorenço, de 33 anos, e sua filha, Miana Sophya Santos, de 15, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, concluiu que a tragédia foi provocada por irregularidades estruturais e falhas graves na instalação do sistema de gás. Segundo o documento, modificações realizadas na reforma do imóvel criaram condições para o acúmulo de monóxido de carbono (CO), que intoxicou as vítimas.

A perícia identificou que o imóvel passou por uma obra que alterou o projeto original e comprometeu o sistema de exaustão. Parte da varanda foi incorporada à sala, mas o duto do aquecedor a gás não foi estendido para o exterior. Desse modo, a saída dos gases passou a ser direcionada para dentro do apartamento, permitindo que o monóxido se acumulasse em vários cômodos.
O laudo aponta ainda que o projeto original previa um boiler elétrico, e não um aquecedor a gás, o que indica uma modificação fora do padrão do prédio. Os peritos constataram que o duto de exaustão terminava dentro da sala, em vez de sair pela fachada, e que o condomínio não havia realizado a autovistoria obrigatória dessas instalações.

Especialistas ouvidos pela investigação afirmaram que a combinação de más adaptações e falta de ventilação criou um ambiente comparável a uma “câmara de gás” dentro do apartamento.
O Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Lidiane morreu por intoxicação por monóxido de carbono. No caso da filha, o laudo foi inconclusivo devido ao avançado estado de decomposição, mas a principal hipótese da polícia é que a adolescente também tenha sido vítima da mesma causa.
O gás é incolor e inodoro, tornando praticamente impossível sua detecção sem equipamentos adequados. A perícia destacou que o aquecedor estava instalado de forma “completamente irregular” e sem chaminé externa.
Mãe e filha estavam desaparecidas havia dias quando vizinhos sentiram um odor forte vindo do apartamento, no 11º andar. O Corpo de Bombeiros arrombou a porta e encontrou Miana na sala e Lidiane em um dos quartos. Não havia sinais de violência nem de arrombamento. Elas haviam sido vistas pela última vez no início de outubro.
A 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca) investiga as responsabilidades pela instalação e reforma do sistema de gás. O delegado Neilson Nogueira afirmou que a apuração busca identificar eventuais condutas de negligência e definir se houve omissão de profissionais responsáveis pela obra ou do proprietário do imóvel.
Há também denúncias sobre o desaparecimento de objetos e joias após a perícia, que estão sendo apuradas separadamente.
Natural de Santa Cecília (SC), Lidiane era modelo, empresária e estudante de medicina. Vivendo no Rio havia alguns anos, morava com a filha adolescente, descrita por familiares como dedicada aos estudos.
A família pediu respeito e privacidade durante o luto, rebatendo especulações sobre a vida pessoal da modelo.
As autoridades apontam que a soma de falhas técnicas, ausência de vistorias obrigatórias e alterações não autorizadas transformaram o apartamento em um ambiente tóxico e fatal. A investigação segue em curso para determinar os responsáveis pela tragédia.




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