Dois militares são mortos em ataque perto da Casa Branca, nos EUA

Ataque aconteceu na tarde desta quarta-feira (26), em Washington. Trump viajou para a Flórida e não está na capital norte-americana. Uma pessoa foi presa

Dois membros da Guarda Nacional norte-americana foram mortos a tiros na tarde desta quarta-feira (26), a poucos quarteirões da Casa Branca, em Washington, em um ataque que levou ao bloqueio temporário da sede do governo dos Estados Unidos e de outros prédios federais. O episódio ocorre na véspera do feriado de Ação de Graças e reacende o debate sobre segurança na capital, justamente após o presidente Donald Trump exaltar, em discurso na terça-feira (25), que Washington seria “uma cidade totalmente segura” sob sua administração.

Tiros no coração de Washington

De acordo com o Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, o tiroteio foi registrado por volta das 14h20 (2h20 da tarde, horário local; 16h20 em Brasília) na região da estação Farragut West do metrô, na esquina da 17th Street com a I Street NW, a uma quadra dos limites do complexo da Casa Branca. Equipes de bombeiros e serviços de emergência relataram que três pessoas com ferimentos por arma de fogo — os dois militares da Guarda Nacional e um homem identificado como suspeito — foram transportadas a hospitais da região imediatamente após o ataque.

As vítimas foram identificadas pelo governador da Virgínia Ocidental, Patrick Morrisey, como integrantes da Guarda Nacional daquele estado, um homem e uma mulher, destacados para atuar em Washington dentro do contingente mobilizado pelo governo federal para patrulhar a capital. Inicialmente, Morrisey divulgou que os dois haviam morrido, depois recuou e falou em “informações conflitantes” sobre o estado de saúde, mas, no meio da tarde, confirmou em nota oficial que ambos não resistiram aos ferimentos, classificando o ataque como “ato horrível” e prometendo “plena responsabilização” dos envolvidos.

Suspeito ferido e sob custódia

A polícia de Washington informou que um suspeito foi detido ainda na área do ataque e também está hospitalizado, em estado grave, após ser baleado durante a resposta das forças de segurança.

A motivação do crime permanece desconhecida até o momento, e o caso é investigado com apoio do FBI, do Serviço Secreto, da Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) e do Departamento de Segurança Interna (DHS), chefiado por Kristi Noem.

Relatos de testemunhas colhidos por veículos como CBC e Washington Post apontam que foram ouvidos vários disparos em rápida sequência, seguidos por pessoas correndo e se abrigando em prédios próximos. [5][8] A área em torno da 17th Street foi isolada com fitas de segurança, e helicópteros sobrevoaram a região enquanto unidades da Guarda Nacional e agentes federais montavam um perímetro de proteção.

Casa Branca em lockdown e reação de Trump

Assim que as primeiras informações chegaram às autoridades, a Casa Branca entrou em regime de lockdown, com acessos bloqueados e circulação restrita dentro do complexo presidencial.

O porta-voz Karoline Leavitt informou que Donald Trump foi imediatamente comunicado do ataque e que o governo “monitorava ativamente” a situação; o presidente, porém, não estava em Washington, mas em Palm Beach, na Flórida, passando o feriado em seu clube Mar-a-Lago.

Nas redes sociais, Trump chamou o atirador de “animal” e afirmou que o responsável “pagará um preço muito alto”, em mensagem publicada em sua conta na plataforma Truth Social e reproduzida por veículos como NBC News, CNBC e New York Post.

O presidente também escreveu “God bless our National Guard and all of our Military and Law Enforcement. These are truly great people”, declarando estar “completamente ao lado” das famílias dos militares e das forças de segurança.

Guardas da Virgínia Ocidental em missão na capital

Os dois militares mortos faziam parte do contingente de 2.188 integrantes da Guarda Nacional deslocados a Washington após a decisão de Trump, em agosto, de reforçar a presença federal na capital como parte do que a Casa Branca descreve como “federal takeover” da segurança local.

Na cerimônia anual de perdão do peru, na terça-feira, o presidente havia elogiado publicamente o trabalho desses efetivos, dizendo que Washington fora “uma das cidades mais inseguras dos Estados Unidos” e que, com a atuação da Guarda Nacional, teria se tornado “totalmente segura” para moradores e turistas.

Após o ataque, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou que Trump o orientou a enviar mais 500 membros da Guarda Nacional para a cidade, prometendo que o episódio “não ficará sem resposta” e que o governo vai “endurecer ainda mais a determinação de manter Washington segura e bonita”. A Casa Branca não informou se haverá mudanças imediatas no protocolo de patrulhamento ou no posicionamento de tropas em áreas sensíveis da capital.

Investigações e próximos passos

O Departamento de Polícia Metropolitana, o FBI e o DHS afirmam que, até o momento, não há indícios de outros atiradores, nem de ameaça em curso à população ou às instalações federais, mas reforçam que a investigação está em fase inicial.

A principal linha de apuração se concentra na identificação do suspeito, em seu histórico e em eventuais motivações políticas, ideológicas ou pessoais para o ataque, que ocorreu em área de intensa vigilância por câmeras e por agentes do Serviço Secreto.

Enquanto isso, West Virginia prepara homenagens oficiais aos dois integrantes da Guarda Nacional mortos, descritos pelo governador Patrick Morrisey como “bravos filhos do nosso estado que deram a vida a serviço do país”.

O caso adiciona nova camada de tensão à relação entre o governo Trump, as forças de segurança federais e autoridades locais de Washington, às vésperas de um feriado em que milhares de visitantes se concentram na região da Casa Branca e do National Mall.