Tremor ocorreu às 23h15 no horário local (11h15 da manhã em Brasília)
Um terremoto de magnitude 7,6 atingiu na noite desta segunda-feira (8) a região nordeste do Japão, com epicentro a cerca de 80 quilômetros da costa da Prefeitura de Aomori, no Oceano Pacífico, provocando alerta de tsunami e sensação de forte tremor em várias cidades do país.
O abalo ocorreu às 23h15 no horário local (11h15 da manhã em Brasília), a aproximadamente 50 quilômetros de profundidade, e levou as autoridades a preverem inicialmente ondas de até 3 metros para trechos do litoral de Hokkaido, Aomori e Iwate.
Veja o momento em que o terremoto de magnitude 7,6 atingiu a cidade de Hachinohe – imagem capturada da filial de Hachinohe da emissora Aomori Asahi. Assista:
Incêndio próximo a escola infantil na cidade de Aomori, Japão, foi causado pelo forte terremoto. Assista video:
Dados do tremor e área afetada
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) informou que o epicentro ficou “ao largo da costa leste de Aomori”, cerca de 80 km a nordeste da cidade portuária de Hachinohe, com intensidade máxima de 6+ na escala sísmica japonesa em partes de Aomori.
O tremor, batizado por alguns institutos como “terremoto de Sanriku de 2025”, foi sentido por mais de 30 segundos e alcançou grandes centros como Sendai e Tóquio, embora com intensidade moderada.
Pouco depois do evento principal, um forte tremor secundário de magnitude 5,6 foi registrado às 23h33 na mesma região offshore de Aomori, sem agravar de forma significativa os danos já reportados até então. As empresas de energia informaram quedas localizadas de fornecimento em áreas de Aomori e Hokkaido, mas sem colapso generalizado da rede, e não foram detectadas anomalias em usinas nucleares do nordeste japonês.
Alertas de tsunami e orientações das autoridades
Logo após o terremoto, a JMA emitiu alerta de tsunami para as costas de Hokkaido, Aomori e Iwate, com previsão de ondas de até 3 metros, e avisos (advisories) para Miyagi e Fukushima, pedindo que a população se afastasse imediatamente da orla e buscasse terrenos elevados.
Pouco antes da meia-noite, ondas de cerca de 40 centímetros foram registradas nos portos de Mutsu Ogawara, em Aomori, e Urakawa, em Hokkaido, sem relatos de inundações significativas em áreas urbanas, mas suficientes para manter a orientação de não retornar às zonas costeiras até a revogação completa dos alertas.
A emissora pública NHK interrompeu a programação para transmitir instruções em tempo real, exibindo mapas com as áreas em risco e orientando moradores a não utilizarem carros nas rotas de fuga para evitar congestionamentos em vias costeiras.
O gabinete do primeiro-ministro informou ter instalado imediatamente um centro de crise em Tóquio para coordenar a resposta, em conjunto com governos locais e equipes de resgate das Forças de Autodefesa.
Danos iniciais e ações de emergência
Relatos preliminares indicam queda de objetos dentro de imóveis, rachaduras em paredes e desabamento parcial de estruturas menores em cidades como Hachinohe e Mutsu, na Prefeitura de Aomori, com feridos registrados, inclusive em um hotel em Hachinohe onde hóspedes foram atingidos por destroços.
Autoridades locais reportaram interrupções em linhas ferroviárias regionais e suspensão temporária de alguns serviços de trem-bala (Shinkansen) no trecho nordeste, até inspeção das vias e túneis.
Equipes de bombeiros e defesa civil foram mobilizadas para checar danos em portos, estradas costeiras, hospitais e escolas, enquanto governos municipais abriram abrigos para receber famílias que deixaram suas casas em áreas mais próximas ao mar.
A JMA advertiu que réplicas fortes podem continuar por dias e pediu que a população evite permanecer próximo a encostas instáveis, pontes antigas e edificações comprometidas.
Avaliação de risco e próximos passos
Especialistas em sismologia ressaltaram que o terremoto ocorreu em uma zona de subducção historicamente ativa, ligada à placa do Pacífico, e que tremores desse porte podem redistribuir tensões ao longo da costa de Sanriku, exigindo monitoramento intenso das próximas 24 a 48 horas.
O governo central declarou que a prioridade é confirmar o número de feridos, mapear danos estruturais em Aomori e nas províncias vizinhas e garantir que nenhum município costeiro permaneça vulnerável caso novas ondas de tsunami sejam geradas por réplicas significativas.
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