Música que faz apologia ao estupro e feminicídio motivou confusão em formatura de colégio particular

Pai de formanda abordou DJ e o segurou pelo braço no meio da apresentação. Bate-boca com empurra-empurra começou depois que artista parou de tocar

O pivô da confusão generalizada entre pais e adolescentes durante uma festa de formatura do ensino médio de um colégio particular do Recife, a música “Helicóptero”, de DJ Guuga e MC Pierre, foi tocada outras duas vezes sem qualquer transtorno, de acordo com testemunhas.

O funk que causou a confusão na formatura descreve a situação de dois homens e uma mulher voando em um helicóptero. Alguns dos versos são “Ou dá essa xereca ou eu te jogo aqui em cima” e “Se ficar de palhaçada, eu taco no oceano, não tô brincando”.

A letra é considerada uma apologia ao estupro e feminicídio, mas toca livremente em festas e está postada em plataformas como YouTube e Spotify. VEJA:

O tumulto começou depois que o pai de uma estudante tentou expulsar o DJ por considerar a letra da música inadequada. Uma pessoa que participava da festa e preferiu não ser identificada disse que foi por volta das 4h40 da manhã que o homem abordou o DJ Vitor Bayma, que se apresentava no momento.

O tumulto aconteceu durante a formatura de alunos do 3º ano do Colégio Madre de Deus, na madrugada do sábado (13), no Classic Hall, em Olinda. De acordo com a testemunha, enquanto a música tocava, os adolescentes subiram ao palco para cantar e dançar com o DJ.

O pai, que não teve o nome divulgado, subiu para abordar o artista, agarrando seu braço e reclamando da letra da música.

“Antes, Kadu Martins e Lipe Lucena tocaram essa música chamada ‘Helicóptero’, que foi o motivo da confusão. Só da terceira vez que ‘ficou pesado’. Acredito que seja porque foi funk e os outros tocaram forró, ou porque ele estava realmente muito bêbado mesmo”, disse a testemunha.
Ainda segundo o convidado, o DJ Vitor Bayma parou de tocar logo depois de ser abordado pelo homem e a confusão começou após as pessoas perceberem que a música havia sido interrompida pelo pai.

Além do pai, uma mulher foi afirmou que a música era inapropriada para adolescentes escutarem.

O Colégio Madre de Deus informou que a festa de formatura foi organizada pela produtora Super A Formaturas e disse que a escola não participou da organização do evento.