Osmar José de Mesquita foi encontrado amarrado, em estado de choque, dentro de quarto de sua casa, no sábado
Osmar José de Mesquita, de 55 anos, morreu na manhã desta terça-feira (30), após não resistir aos ferimentos causados por um assalto de extrema violência ocorrido em Vicente Pires, no Distrito Federal.
A vítima estava internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Maria desde o último sábado, 27 de dezembro, quando foi encontrada gravemente ferida dentro da própria residência, depois de passar cerca de três horas sob tortura praticada por um invasor.

O crime aconteceu durante a madrugada de sábado, por volta das 2h. Segundo a investigação conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal, o assaltante invadiu a casa de Osmar enquanto ele dormia. A vítima fazia uso de medicação para dormir e acordou já sendo enforcada pelo criminoso. Mesmo tentando reagir, Osmar foi dominado após luta corporal e passou a sofrer uma sequência prolongada de agressões físicas, que incluíram espancamentos reiterados e extrema violência.
Imagens de câmeras de segurança da região mostram o suspeito deixando o imóvel apenas por volta das 5h da manhã, após revirar a casa. Osmar foi localizado somente às 16h do mesmo dia por familiares, amarrado dentro de um dos quartos, em estado de choque e com ferimentos gravíssimos. Ele apresentava duas fraturas no crânio, dores intensas e precisou receber morfina ainda no atendimento inicial. Parentes relataram que, diante da cena, chegaram a acreditar que ele já estivesse morto.
O autor do crime foi identificado como Joanderson dos Santos Morais, de 29 anos, natural de São Luís, no Maranhão. Ele foi preso na manhã desta terça-feira em Ceilândia por equipes da Polícia Militar do Distrito Federal, enquanto estava em situação de rua. Contra ele havia um mandado de prisão temporária em aberto, expedido após a identificação por meio das imagens de segurança e do avanço das investigações.
Durante depoimento prestado à 38ª Delegacia de Polícia, em Vicente Pires, Joanderson confessou a autoria do crime, mas alegou não se lembrar dos detalhes das agressões, afirmando estar sob efeito de crack. O delegado Pablo Aguiar informou que a violência se intensificou depois que o criminoso encontrou uma fotografia da irmã de Osmar, que é policial, e passou a exigir que a vítima revelasse onde estaria uma arma de fogo dentro da residência.

A ficha criminal de Joanderson inclui passagens por furtos e roubos no Distrito Federal, no Maranhão e no Piauí. Dois dias antes do ataque que resultou na morte de Osmar, ele havia sido detido por furtar uma loja de sandálias da marca Havaianas em Taguatinga, mas acabou liberado por se tratar de um crime sem violência. No momento da prisão em Ceilândia, o suspeito vestia um casaco com manchas de sangue, que, segundo a polícia, pode ser da própria vítima.
Com a confirmação da morte de Osmar José de Mesquita, o caso passou a ser oficialmente tratado como latrocínio, que é o roubo seguido de morte. A brutalidade do crime provocou forte comoção entre moradores de Vicente Pires e repercussão nas redes sociais, onde há cobranças por mais policiamento ostensivo e medidas efetivas de segurança pública na região.
Familiares aguardam agora a liberação do corpo para os procedimentos de sepultamento e cobram justiça. Joanderson dos Santos Morais permanece preso e deve ser encaminhado ao sistema prisional do Distrito Federal, enquanto as investigações seguem para a conclusão do inquérito e responsabilização formal pelo crime que chocou o DF.



