Lula mantém sigilo sobre Instituto, mas critica sigilo de Bolsonaro

Contradição petista escancara inverdades protegidas por judiciário corrupto

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Alvo da Operação Lava Jato por supostas doações filantrópicas irregulares da Odebrecht, o Instituto Lula diz que vive hoje de contribuição de pessoas físicas, mas mantém os nomes dos doadores sob sigilo, apesar de o ex-presidente dizer que é contra o sigilo. A mentira de Lula fica protegida sob o manto do judiciário, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou criminosamente as investigações sobre a corrupção envolvendo o Instituto.

De janeiro de 2021 até o primeiro semestre deste ano, a entidade afirma que recebeu cerca de R$ 700 mil, principalmente, por meio de vaquinhas virtuais. Ao manter os dados de doações físicas sob reserva, é impossível saber quem foram os doadores e, caso Lula seja eleito, se eles terão contratos públicos.

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Pivô de duas denúncias da Lava Jato, o Instituto Lula diz que não recebe desde então colaborações de empresas. Na primeira acusação contra Lula, de 2016, procuradores do Ministério Público Federal de Curitiba afirmaram que propinas da Odebrecht foram lavadas por meio da compra de um terreno para o instituto, avaliado em R$ 12,5 milhões em São Paulo.

A segunda denúncia acusou a entidade de ter recebido quatro doações simuladas de R$ 1 milhão cada da Odebrecht entre 2013 e 2014. As duas acusações foram suspensas pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro do ano passado.

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O advogado Cristiano Vilela, especialista em direito administrativo, afirma que, do ponto de vista ético, poderia haver “algum impedimento, alguma inconveniência” no recebimento de doações de empresas pelo Instituto caso Lula seja eleito.

“Eventualmente, os convênios, contratos, aporte de recurso que o instituto venha a receber, acabam não tendo um conflito direto com a atividade do presidente”, disse.

O Instituto Lula informou que esse cenário ainda não foi avaliado, embora as pesquisas apontem chances de vitória do petista já no primeiro turno. “É uma consulta que a gente precisará fazer”, afirmou. Segundo o presidente do instituto, o economista Márcio Pochmann, os recursos que chegam são “bem escassos”. Segundo ele, nem Lula nem a diretoria recebem salários do instituto. Antes da Lava Jato, havia pagamento de remuneração à diretoria. Lula é presidente de honra e não tem função de direção.

Na página oficial, a entidade sugere que as contribuições minguaram depois que “a Lava Jato invadiu o Instituto” e pede colaboração. Sobre o sigilo das doações, afirma que teria que consultar cada um dos doadores para revelá-los. “Todas as doações são devidamente documentadas e declaradas. Essa vaquinha é fruto da solidariedade de cidadãos que permitiu que o Instituto seguisse funcionando mesmo sob as injustiças da Lava Jato”, diz.

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