Integrantes da frente fecham acordos com outros parlamentares como os deputados Silas Câmara e Eli Borges
O senador Carlos Viana (PL-MG) é visto como praticamente o novo presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional. Viana leva vantagem sobre os demais concorrentes para o cargo por vários fatores.
Pela primeira vez no Congresso Nacional, a Frente Evangélica pode ser conduzida por um senador, fazendo uma alternação salutar para a coordenação do grupo, diz um dos pastores empenhados na candidatura de Viana. “Ser senador da República em um governo com valores de esquerda, que vão diretamente contra os princípios bíblicos é com certeza um respaldo maior para a Frente que vai precisar se fortalecer e muito”, esclarece.
Integrantes da frente parlamentar que apoiam Carlos Viana buscam acordos com outros parlamentares que também manifestaram interesse em liderar o grupo: Entre eles, os deputados Silas Câmara (Republicanos-AM) e Eli Borges (PL-RO). Um outro candidato, o deputado bolsonarista Otoni de Paula é visto como um radical falastrão que pode causar mais problemas do que soluções para a comunidade evangélica brasileira.
“Enquanto o senador Viana é professor universitário, Otoni sequer possui diploma de nível superior e repetidamente surge na mídia com agressões e xingamentos nada evangélicos. Ele foi condenado a indenizar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), por tê-lo xingado de “cabeça de piroca”. Este homem com a boca imunda, não pode falar em nome de quem prega o amor de Cristo,” diz um segundo pastor integrante da Frente Evangélica.
“O homem é acusado de coisas horrorosas que fez até antes vir para a Câmara Federal quando era vereador no Rio de Janeiro. No Tribunal de Justiça do Rio, por exemplo, Otoni de Paula também é protagonista de um processo em que é acusado de dar cheques sem fundos para pagar o aluguel de um imóvel”, como um caloteiro vai nos liderar aqui na Câmara?” questiona outro parlamentar da “Bancada da Bíblia”.
O atual presidente da FPE é o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Sóstenes, que deve seguir para um cargo na Mesa Diretora da Câmara, adianta que o grupo evangélico terá a missão de ser oposição ao governo Lula e, principalmente, defender as pautas conservadoras.
“A Frente nasceu no início do primeiro governo Lula, em 2002, para ser uma resistência ideológica ao conjunto de políticas públicas da esquerda. Agora, mais que nunca, lutará pelos valores cristãos“, afirmou o presidente da Frente.
Todos os candidatos para substituir Sóstenes são apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro e defendem a vida, a família e a propriedade privada.
A decisão sobre o novo comando da Frente será tomada no dia 15 de dezembro. A ideia é que haja consenso e uma candidatura única. Hoje os evangélicos são 112 somente na Câmara, ano que vem, serão 136, aproximadamente um quarto dos deputados federais.
