Gigante asiática do e-commerce afirmou que, até o final de 2026, cerca de 85% das vendas no Brasil devem corresponder a fabricantes e vendedores locais
A Shein, gigante asiática de e-commerce, fechou parceria com duas companhias de tecidos de Minas Gerais. O acordo, firmado com a Coteminas e a Santanense, foi tornado público nesta quinta-feira (20), em fato relevante divulgado pela Springs Global, empresa controladora das fabricantes mineiras.
A divulgação da parceria ocorre no mesmo dia em que a gigante asiática anunciou que irá investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos. A ideia da companhia é estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil no país.
Segundo o documento publicado pela Springs Global, o memorando assinado com a Shein envolve o financiamento da varejista asiática para “reforço de capital de trabalho” das duas companhias brasileiras.
Inclui ainda contratos para exportação de “produtos para o lar” e esforços para que 2 mil dos confeccionistas das empresas brasileiras passem a ser fornecedores da asiática “para atendimento do mercado local e regional”.
A Shein não abrirá fábrica no Brasil, mas terá fornecedores locais. No ano passado a empresa abriu uma loja física pop-up, que ficou aberta entre os dias 12 e 16 de novembro no Shopping Vila Olímpia de São Paulo.
Investimentos no Brasil
A ideia da varejista é fornecer tecnologia e treinamento a fabricantes brasileiros para que eles atualizem seus modelos de produção e adotem um formato sob demanda da companhia asiática.
“A Shein (…) anuncia hoje que fará um grande investimento no Brasil, a fim de tornar o país um polo mais moderno de produção têxtil e de exportação para a América Latina”, disse empresa, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
Segundo a empresa de e-commerce, cerca de 85% de suas vendas no Brasil deverão ser de fabricantes e vendedores regionais até o final de 2026.
As medidas surgem após a polêmica em torno da ação do governo para pôr fim à isenção tributária para encomendas internacionais de até US$ 50 entre pessoas físicas, o que poderia ameaçar o reinado das empresas de comércio eletrônico asiáticas como Shein e Shopee no Brasil.
Com a repercussão negativa, o governo voltou atrás na decisão.