Prejuízo dos Correios salta e fecha 2024 em R$ 2,6 bilhões, resultado quatro vezes pior do que o registrado em 2023
Por Redação BSB Revista
Se você achava que sua encomenda perdida em 2024 era o pior que os Correios poderiam fazer, é porque ainda não tinha lido o balanço oficial do ano. A estatal encerrou 2024 com um prejuízo de respeitáveis R$ 2,6 bilhões — ou, em termos postais, um pacotão de más notícias selado com fita adesiva e carimbo de “retorno ao remetente”.
O rombo é mais do que quatro vezes maior que o já nada modesto déficit de R$ 634 milhões registrado em 2023. Sim, os Correios conseguiram superar a si mesmos. Palmas para essa resiliência contábil.
Segundo o relatório publicado na última sexta-feira (9), o principal vilão foi o serviço internacional — ou melhor, a ausência dele. Com as novas regras para importações (também conhecidas como “surpresa na alfândega”), a estatal perdeu R$ 531 milhões de receita vinda do exterior. Nem os eletrônicos da China conseguiram salvar a empresa.
Mas nem tudo foi uma tragédia completa: houve um aumento nas receitas com entregas de encomendas no mercado interno, que subiram R$ 157 milhões. Isso mesmo: ganharam 157, perderam 531. Um clássico caso de “ganhou, mas não levou”.
Enquanto a receita tropeçava, as despesas faziam cooper. Elas pularam de R$ 22,3 bilhões em 2023 para R$ 24,1 bilhões em 2024. O investimento também deu o ar da graça: foram R$ 830 milhões aplicados, presumivelmente em mais papel timbrado, tinta de carimbo e talvez uma ou duas esteiras rolantes novas.
A empresa, em tom digno de nota de rodapé, declarou no relatório: “Apesar dos esforços envidados e devido a alguns aspectos de contexto macroeconômico, em 2024, o resultado econômico-financeiro apresentou prejuízo”. Tradução livre: “Fizemos o que deu, galera”.
E tem mais: atualmente, apenas 85% das agências são deficitárias — ou seja, a exceção virou regra. Mesmo assim, os Correios garantem acesso universal aos serviços postais nos 5.567 municípios do Brasil. Um feito digno de nota… fiscal.
Esses esforços de universalização, segundo o próprio balanço, representam 27% de todos os gastos da empresa. Para manter esse espetáculo rodando, são mobilizados cerca de 84 mil empregados, 10.600 unidades de atendimento e 26 mil veículos, todos provavelmente tentando entregar aquele boleto que você já pagou.
Entre prejuízos bilionários, aumentos de custo e investimentos cujo retorno ainda está “em trânsito”, os Correios seguem firmes — ou ao menos funcionais. Afinal, enquanto houver encomendas para extraviar, sempre haverá esperança.
Quer que a gente envie essa notícia por carta registrada? Boa sorte. Quem sabe ela chega quando os ladrões do INSS estiverem presos, ou os marginais do primeiro Mensalão de Lula, que arrebentou a empresa Postal há algumas décadas, sejam presos por essa justiça moraesca.