O Brasil é o paraíso dos crimosos, Lula está solto e o ministro do Supremo Tribunal Federal, indicado por Bolsonaro se esbalda no crime escancarado, sem o menor pudor. Ele sabe que só o Senado Federal poderia fazer algo contra ele.
O crime, denunciado pelo colunista Rodrigo Rangel do jornal Metrópoles é grave, gravíssimo.
Trata-se de um magistrado da mais alta corte do país, criminosamente ligado a um advogado que atua em causas na suprema côrte. Motivo de cassação sumária. A lei é clara.
Rangel descobriu que Kassio, bancado por advogado, foi de jatinho a Paris para final da Champions, um torneio de futebol.
Segundo Rangel, o advogado que pagou a viagem de Kassio Marques tem processos no STF e o Tour incluiu Roland Garros, o GP de Mônaco e custou ao menos R$ 250 mil.
O Piauiense foi indicado, em 2020, ao STF pelo atual presidente da República Jair Messias Bolsonaro.
A viagem bate-e-volta de Brasília a Paris no fim do mês passado para assistir à final da Champions League e a jogos do torneio de tênis de Roland Garros de Kassio é escandalosa, cabeluda, assintuosa à Constituição, da qual o sujeito deveria ser guardião por ofício.
Kassio fez a viagem na companhia de pelo menos um de seus filhos, ampliando a dimensão do delito, ao beneficiar terceiro.
O jatinho usado pelo ministro e seu familiar é um luxuoso Citation X. O custo da viagem foi de, pelo menos, R$ 250 mil, segundo a reportagem.
A aeronave, de prefixo PR-XXI, tem como sócio o advogado Vinícius Peixoto Gonçalves, dono de um escritório no Rio de Janeiro.
Foi o advogado quem pôs o avião à disposição do ministro para a viagem. Vinícius Gonçalves atua em processos em curso no STF e já foi denunciado pelo Ministério Público Federal como operador financeiro do ex-ministro das Minas e Energia Edison Lobão. O nome dele apareceu nas investigações sobre pagamentos de propina relacionados às obras da usina nuclear de Angra 3.
Nunes Marques embarcou no setor de aviação executiva do aeroporto de Brasília no fim da tarde de 26 de maio, uma quinta-feira.
Depois de uma escala rápida em Cabo Verde, na costa africana, o jatinho particular seguiu direto para o aeroporto de Le Bourget, nas proximidades de Paris.
A viagem de volta a Brasília teve início na segunda-feira, dia 30. O ministro pousou na cidade no início da madrugada de terça.
Kassio, segundo o colunista, no início da madrugada deste sábado, enviou uma nota em que diz lamentar a publicação do que classifica como “informações falsas”, mas não esclarece por que embarcou em um avião pertencente a um advogado que tem causas no STF.
Ele não nega ter viajado a Paris no jatinho de Vinícius Gonçalves. Sustenta que o advogado não pagou qualquer despesa sua. E dá a entender que o conheceu naquele fim de semana. Novamente, o ministro não explica quem custeou a excursão.
“Vinícius Gonçalves, citado pela reportagem, não pagou qualquer despesa do ministro. O advogado também nunca pôs avião à disposição do ministro. Nunca tiveram contato anterior à viagem, nem pessoal, nem telefônico”, afirma a nota.
O texto, em seguida, recorre a um tempo verbal incomum, o pretérito mais-que-perfeito, para negar que Kassio Marques tenha aproveitado a oportunidade para ver jogos do torneiro de Roland Garros e o GP de Mônaco.
“O jornalista também erra ao afirmar ter ocorrido um tour, pois o ministro jamais fora (sic) a Mônaco ou a Roland Garros. A matéria, portanto, baseia-se em informações erradas para criar um contexto que não existe”, prossegue.
Nota-se que Kassio confessa ter encontrado com o advogado, já que em sua nota diz que o encontro se deu na viagem. Uma aberração, mas o Senado Federal vai ignorar, não é senhor Rodrigo Pacheco?