A vida política de Arruda tem sido tumultuada por pedidos de perdão, renúncias, escândalos, prisões por danos ao erário público e traições políticas. Talvez uma das mais graves tenha sido a que fez ao então governador Joaquim Roriz.
José Roberto Arruda nasceu em Itajubá, em cinco de janeiro de 1954, é formado em engenharia elétrica, e hoje está filiado ao Partido Liberal (PL).
Mas foi durante anos, o homem de confiança do velho cacique do Planalto Central. Amanhecia e anoitecia na mansão do Park Way, mas não teve escrúpulos ao trair e difamar Roriz quando viu a oportunidade de ser governador.
Seu grande sonho, voltar ao poder, transformou-se em uma grande obsessão.
Mesmo na prisão, continuou a acalentar o seu sonho de retorno ao governo do DF.
Fez o que muitos fazem, colocou sua terceira esposa para disputar uma cadeira na Câmara Federal e venceu.
Desde que Flavia foi eleita, Arruda começou a articular a campanha dela para o governo do Distrito Federal, já que ele estava impedido de disputar eleições, mas ela não.
Craque nas articulações, fez inúmeras reuniões, convocou os antigos auxiliares, a grande maioria advinda do grupo de Joaquim Roriz com grande penetração na comunidade. Assim, começou a preparar as eleições de 2022, onde Flávia seria eleita governadora e ele comandaria novamente a Capital Federal.
Articulou a ida da esposa para um Ministério, achando que com este trunfo ela estaria eleita governadora. Mas não aconteceu como previra, acabou sendo despedida por não atender o combinado para o exercício do cargo. Nesta época, a campanha de Flavia já estava nas ruas. Quem tem pressa come cru e Arruda não contava com o trabalho que o governador Ibaneis Rocha estava fazendo desde que assumiu o governo.
Brasília se transformou num canteiro de obras e elas estavam sendo inauguradas a todo o momento, além disto o governador foi indicado pelo seu partido, o PMDB, para a reeleição.
As pesquisas começaram a mostrar que o favoritismo de Flávia já não existia mais, nem mesmo as bombas amigas plantadas contra Ibaneis tiveram sucesso.
Era hora de recuar. Foi feito um grande acordo de apoio ao governador, onde Flavia seria a candidata ao Senado Federal, e por sua vez, ele apoiaria sua candidatura.
Naquele momento, era o melhor que se podia fazer. Tentou emplacar um vice que pudesse concretizar o sonho de um governo em 2026 para Flávia, mas não deu certo.
Quando a estapafúrdia decisão do Supremo Tribunal Federal liberou o criminoso Luís Inácio Lula da Silva da cadeia e para ser candidato a cargo eletivo, Arruda sentiu que os ventos sopravam a seu favor, afinal, se Lula, seu amigo e aliado que, em 2005, o condecorou com a medalha da Ordem do Mérito da Defesa no grau de Grande-Oficial estava livre, ele também teria chances de conseguir a anulação dos seus processos.
Era sua oportunidade. Flavia não tinha o traquejo dele, era muito inexpressiva ainda, mas ele não. Chamou os advogados e fizeram o que muitos outros estão fazendo se beneficiando da barbaridade causada pelo STF com a soltura de Lula, para ficarem livres e disputarem mandatos.
Diante desta nova oportunidade, ele seria o candidato ao governo, ainda em 2022. Flavia sairia de cena, ela manteria o acordo e seria eleita senadora. Ganharia duas vezes.
Logo, Arruda começou a preparar a sua volta e anunciou que poderia disputar o governo do Distrito Federal. Mas, outra vez, nem tudo deu certo. Ele continuará inelegível, conforme nova decisão judicial. Agora, Arruda tenta novamente emplacar um vice, só que esqueceu que traições em política, nunca, ninguém esquece, porque pode ser o próximo a ser traído.
Victório D’ell Pyrro
Muito boa e real a análise deste momento politico. Parabéns!