Mulheres são maioria dos endividados no Brasil

Oito em cada dez brasileiras estão devendo em atraso, mostra pesquisa

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As mulheres são maioria entre os brasileiros com dívidas em atraso, consequência direta da recuperação mais lenta do mercado de trabalho para elas.

O percentual de brasileiros com dívidas em atraso é o maior em 12 anos, e a situação é mais grave para as mulheres.

O endividamento atinge mulheres chefes de família. Mães que deixam de pagar algumas contas para não deixar faltar o alimento em casa, para família.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no mês passado, 80% das consumidoras tinham contas a vencer. Em janeiro, eram 72%.

E pior: nem todas conseguem pagar, diz a economista da CNC, Izis Ferreira.

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“A inadimplência também é maior entre o público feminino. Nós temos, por exemplo, 31% de mulheres hoje com algum tipo de dívida ou conta atrasada, enquanto entre o público masculino essa proporção ela se aproxima de 28%. Isso mostra que para elas está mais difícil de fechar todas as contas no mês, de conseguir pagar todas as contas e dívidas dentro de um mês”, afirma.

A pesquisa também mostra que as mulheres não estão recuperando seus empregos. Casais que perderam o trabalho com a pandemia passam por processos semelhantes. Os homens conseguem reposição em posto de trabalho, antes das mulheres. A recuperação do mercado de trabalho é mais lenta para as mulheres. Sem renda, mulheres ainda não conseguem limpar o próprio nome.

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As contas saem dos eixos quando há um desequilíbrio entre o que entra e o que sai no orçamento de casa. No caso das mulheres, a pressão vem dos dois lados. A pandemia aprofundou as desigualdades, colocou muitas na informalidade e fez a renda cair. Ao mesmo tempo, a inflação alta é ainda mais cruel com quem ganha menos. O resultado disso é um endividamento crescente.

Dívidas individuais em grande parte da sociedade e que se arrastam ou sequer são pagas travam a economia.

Economistas afirmam que para uma economia como a nossa conseguir crescer e sair de situações como essa atual é preciso consumo, ter demanda.

Quando o consumidor perde uma parte da possibilidade de consumo, ele eventualmente pode estar de alguma forma prejudicando produtores e outras pessoas dentro do mercado que cederam aquele crédito e que não vão receber, e que, portanto, também não vão consumir.


Este é um ciclo perigoso. O recurso do cartão de crédito está no topo do endividamento das familias, privipalmeas de renda baixa, segundo a pesquisa.

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