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Ucrânia ataca para retomar territórios ocupados pela Rússia

Sem dar detalhes, governo ucraniano diz ter começado operações militares para expulsar russos de Kherson, primeira grande cidade perdida no início da guerra DIMITAR DIL

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Com The New York Times

A Ucrânia anunciou ontem que deu início a uma contraofensiva para recuperar território ocupado pelos russos no sul do país. O objetivo é retomar cidades estratégicas, como Kherson, com uso de armas ocidentais modernas, como os sistemas de foguetes Himars, dos EUA. O governo ucraniano, porém, deu poucos detalhes sobre a operação.


Moradores relataram um aumento nos combates na linha de frente, com o governo ucraniano dizendo ter rompido a primeira linha de defesa dos russos em Kherson. A Ucrânia também diz ter destruído uma base militar russa na região. “Temos uma chance brilhante de recuperar os territórios com a ajuda dos sistemas Himars. Quase todas as grandes pontes em Kherson já foram destruídas. O Exército russo
teve o fornecimento de armas e pessoal da Crimeia interrompido”, afirmou um grupo operacional de tropas ucranianas chamado Kakhovka, em mensagens nas redes sociais.

Kherson, primeira cidade a cair nas mãos da
Rússia, vem sofrendo apagões.

Segundo a mídia russa, civis estão sendo retirados da área. A região tem uma posição estratégica, já que faz fronteira com a Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

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Após fracassar na tomada de Kiev, no início da guerra, a Rússia voltou sua ofensiva para Donbas, leste da Ucrânia, e depois para o sul, para conter o avanço ucraniano que ameaça a Crimeia. Um relatório publicado pela inteligência britânica, em julho, já indicava que as tropas ucranianas estavam conseguindo destruir pontes que serviam para abastecer as forças russas, que teriam ficado extremamente vulneráveis. O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, estava sob pressão para iniciar a ofensiva antes que a estação chuvosa deixe os campos lamacentos e intransitáveis ou o apoio europeu vacile em meio ao aumento dos preços da energia.

A Ucrânia deu poucas informações sobre como está conduzindo a contraofensiva. A
porta-voz do comando militar, Natalia Gumeniuk, disse que ações foram realizadas em “muitas direções”. “Toda operação militar requer silêncio e todo mundo precisa ser paciente”, disse. Um oficial de defesa dos EUA confirmou o início da ofensiva da Ucrânia. “Ela mostra o apetite dos ucranianos por progresso no campo de batalha”, disse. O funcionário, falando sob condição de anonimato, acrescentou que o Pentágono vê com cautela as possibilidades de ganhos na região. A Rússia negou ontem qualquer movimentação das tropas ucranianas na região.

USINA NUCLEAR.

A intensificação dos combates ocorre no momento em que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) enviou uma equipe de especialistas para monitorar a usina de Zaporizhzia, ao norte de Kherson.

Ontem, os cientistas realizaram as primeiras inspeções de segurança nas instalações. Nas últimas semanas, Ucrânia e Rússia vêm se acusando mutuamente de alimentar o conflito bombardeando a região ao redor da usina, que já havia sido brevemente desligada da rede elétrica, na semana passada. Esse incidente aumentou o medo de um desastre nuclear em um país ainda assombrado pela explosão em Chernobyl, em 1986.

Na semana passada, autoridades ucranianas distribuíram comprimidos de iodo para mitigar os efeitos da radiação em caso de vazamento. O governo teme que qualquer interrupção da energia possa sobrecarregar os sistemas de backup e prejudicar o resfriamento dos reatores.
A Ucrânia afirma que a Rússia está usando a usina como escudo para atacar alvos ucranianos, além de armazenar armas e equipamentos no local. Já os russos acusam a Ucrânia de disparar imprudentemente contra a instalação.

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O chanceler da Ucrânia, Dmitro Kuleba, alertou ontem que a missão da AIEA em Zaporizhzia será a “mais difícil da história” da agência. “A Rússia está colocando não apenas a Ucrânia, mas também o mundo inteiro sob risco de um acidente nuclear”, afirmou Kuleba, durante visita à Suécia. l AP, AFP e NYT

A decisão de Vladimir Putin de expandir o
de suas forças armadas deu mais uma pista do que ucranianos e russos esperam: os dois lados estão se preparando para uma longa guerra de atrito.

Putin, seguro no poder e tendo silenciado a dissidência, tem pouco incentivo para parar a guerra. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, alertou que o próximo inverno seria “o mais difícil de nossa história”.

O conflito se transformou em uma guerra de desgaste, com pouco movimento na linha de frente. “A expectativa de que a guerra acabe até o Natal ou que acabe na próxima primavera é um erro”, disse Ruslan Pukhov, analista do Centro de Análise de Estratégias de Moscou.

A Ucrânia, beneficiando-se do fluxo de armas ocidentais, tem recursos e moral para continuar resistindo aos ataques russos. Mas a Rússia também parece ter as mesmas condições para continuar lutando – embora não para montar uma nova ofensiva decisiva. Putin enfrenta pressão doméstica de nacionalistas que querem intensificar os ataques na Ucrânia, particularmente após as recentes explosões na Crimeia e a morte de Daria Dugina, na semana passada. Mas o Kremlin vem ignorando a pressão dos extremistas. Em
vez disso, Putin insiste que suas forças estão avançando “lentamente”. No entanto, a Rússia não conseguiu capturar um único grande centro urbano desde o início de julho. E, para Putin, qualquer coisa que não seja o controle total do leste e do sul da Ucrânia seria vista como uma grande derrota. Putin elevou o número de militares russos da ativa de 137 mil para 1,15 milhão. Na mídia estatal, está cada vez mais clara a mensagem de que a Rússia está no início de uma longa e existencial guerra contra o Ocidente. É uma mudança em relação à mensagem de seis meses atrás, quando os ucranianos eram descritos como um povo sem vontade de lutar e aguardando ansiosamente pela “libertação” russa. “Teremos menos turistas russos na Europa, mas o tamanho do Exército crescerá com
mais 140 mil militares no serviço regular”, disse Igor Korotchenko, editor de um jornal militar russo, durante um talk show na TV estatal. “Espero que este seja apenas o começo.” l Casa destruída por míssil russo em Mikolaiv; foguetes Himars têm ajudado nas ofensivas ucranianas.

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