Segundo debate teve críticas a ausência de Lula por “faltar entrevista de emprego” e ao STF

Bolsonaro (PL), Ciro (PDT), Tebet (MDB), Soraya (União Brasil), Felipe D’Ávila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) participaram de evento transmitido pelo SBT e CNN em pool de veículos de imprensa

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Os candidatos à presidência da República, Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Padre Kelmon (PTB) participaram do debate promovido pelo pool de veículos formado por SBT, Estadão, Rádio Eldorado, Veja, Terra e Nova Brasil FM, nos estúdios do SBT em Osasco, na Grande São Paulo, neste sábado, (24). A mediação foi do jornalista Carlos Nascimento, que está no centro da foto.

O debate foi marcado por críticas à ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Houve também acusações de corrupção na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Soraya Thronicke (União Brasil) em sua participação inicial, criticou a ausência do ex-presidente e afirmou:

“Uma sabatina, um debate, é como uma entrevista de emprego. Você aí na sua casa contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma”.

Jair Bolsonaro também criticou ausência do petista no debate. Ciro Gomes disse que o Lula “desrespeita” o eleitor ao não comparecer.

“O candidato Lula, que não veio, por estar com salto alto ou achar que já ganhou… Portanto, ele desrespeita a todos nós, seus oponentes, e desrespeita especialmente a você [telespectador]. Mas ele não vem mesmo porque não tem como explicar nem as promessas, porque tem quatro mandatos que você deu a ele e ele não cumpriu, nem a denúncia de corrupção”, disse Ciro.

Soraya Thronicke, que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2018, afirmou que ele “abandonou” as bandeiras que dizia defender, como a de anticorrupção, e gerou “decepção” na população. A candidata do União Brasil também afirmou que Bolsonaro “traiu” a nação brasileira.

“Ajudei a eleger Jair Bolsonaro e não me arrependo, porque era necessário tirar o PT do poder. Sabe o que que eu sinto? O meu sentimento? Decepção e tristeza, como muitos brasileiros. Não me arrependo porque foi necessário e eu acreditei”, afirmou.

“Acreditei muito, com veemência, mas ele abandonou essas bandeiras, foi ele que abandonou. Eu continuo com elas, ele traiu o nosso partido, eu continuo nele. Eu continuo no mesmo lugar. Essa pergunta tem que ser pra ele. Por que é que ele traiu a nação brasileira? Ele que traiu”, acrescentou Soraya.

No direito de resposta concedido, o presidente afirmou que as candidatas Soraya Thronicke e Simone Tebet ajudaram, como senadoras, a derrubar veto dele sobre o chamado “orçamento secreto”, conhecido pela falta de equidade na distribuição de recursos e pela falta de transparência.

“As duas senadoras votaram para derrubar o veto do dito ‘orçamento secreto’. A senadora Soraya, em matéria, fez uso de R$ 114 milhões do dinheiro do ‘orçamento secreto’. Esse orçamento é privativo do parlamento brasileiro, nós apenas executamos. Eu não posso indicar tantos milhões para fazer tal obras em tal local, quem indica são deputados e senadores. Sobre Soraya, a senhora não me elegeu não. Todo seu material de campanha, quer seja santinhos e vídeos, está escrito lá: ‘a candidata do Bolsonaro’. A senhora foi uma estelionatária por ocasião das eleições”, disse Bolsonaro.

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Simone Tebet (MDB) disse que Bolsonaro, no início da pandemia, não queria pagar R$ 600 de auxílio emergencial. A emedebista também afirmou que Bolsonaro demorou a comprar vacinas contra a Covid-19, o que prolongou a duração das medidas de restrição social na crise sanitária.

“Repito, é insensível à dor alheia. Sabe por que ficamos tanto tempo em casa, mais do que a média do mundo? Porque ele negou a vocês vacina. Quarenta e cinco dias de atraso, eu estava lá. Eu vi o esquema de corrupção, como se a vida pudesse valer um dólar – que era o que o Ministério da Saúde queria cobrar de uma empresa para comprar vacina pra colocar no seu braço. É este presidente insensível, que virou as costas para o povo brasileiro, que quer, de novo, seu voto”, disse Simone Tebet.

Ainda sobre corrupção, Felipe D’Avila defendeu acabar com a prática, que tira dinheiro da saúde e da educação. Para acabar com desvios de recursos públicos, ele defendeu voto em candidatos “honestos e competentes”.

Ciro Gomes disse que o presidente Bolsonaro teve uma “oportunidade de ouro” para acabar com a corrupção, mas perdeu, conseguindo ainda, segundo ele, “ressuscitar” Lula.

Bolsonaro optou por fazer perguntas a Padre Kelmon, evitando confrontos com os adversários Ciro Gomes e Simone Tebet – que aparecem, respectivamente, em terceiro e quarto lugares nas sondagens de intenção de voto.

Kelmon, por sua vez, saiu em defesa de Bolsonaro durante o debate. O candidato do PTB, que diz ser de direita, chegou a elogiar o governo do presidenciável do PL e a reclamar das críticas feitas pelos demais adversários ao presidente. “Será que o presidente da República não fez nada de bom para o Brasil? Vocês só enxergam maldade, corrupção”, disse.

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Em outro momento, Bolsonaro citou operação de busca e apreensão da Polícia Federal que teve Ciro Gomes como alvo em uma investigação sobre supostas irregularidades nas obras de ampliação da Arena Castelão, principal estádio do Ceará, para a Copa do Mundo de 2014.

Ciro Gomes pediu direito de resposta, que foi concedido, e atacou Lula e Bolsonaro. “Eu, de fato, fui vítima de busca e apreensão, ação meramente cautelar. Nunca respondi, em 42 anos de vida pública, por qualquer denúncia de corrupção. E essa busca foi julgada ilegal por unanimidade. A minha desconfiança é, é um delegado petista canalha, que eu sei que é; ou foi o governo Bolsonaro que, interferindo na PF, fez para proteger os filhos?”, questionou.

Felipe D’Ávila, do Novo, perguntou para Simone Tebet sobre o aumento de 18% do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O aumento foi aprovado pelos próprios ministros e será concedido metade em 2023 e metade em 2024.

Tebet afirmou que votará contra a proposta, que será analisada pelo Congresso, porque há “33 milhões de pessoas com insegurança alimentar e passando fome” e milhões de desempregados. “É vergonhoso, é afrontoso é imoral”, disse. Ela também afirmou que, se eleita presidente, vetaria o reajuste.

D’Ávila falou em “enquadrar o Supremo Tribunal”. “O Supremo foi responsável por soltar Lula da Silva e deixar que um criminoso seja candidato”, afirmou. Ele também criticou a ausência de Lula no debate.

D’Ávila foi questionado por uma jornalista sobre a política de controle de armas no país. O candidato do Novo disse considerar um direito do cidadão ter posse e porte de arma.

“Nós somos liberais e defendemos que o brasileiro tenha responsabilidade de fazer suas escolhas. Ter porte não é fácil no Brasil. O problema é que os CACs [colecionadores, atiradores e caçadores] foram avacalhados, qualquer clubinho de tiro da esquina você sai armado. Isso é um absurdo. As Forças Armadas não sabem o histórico do cidadão que está se armando. Precisamos ter um único banco de dados. Não podemos banalizar um direito do cidadão”, afirmou.

Soraya Thronicke comentou a resposta e disse que, quando foi eleita senadora, levantou a bandeira armamentista para defesa pessoal do cidadão. “Me disponho a continuar trabalhando nesta senda, desde que haja responsabilidade”, disse.

O candidato Padre Kelmon questionou Simone Tebet se, por ela ser feminista, seria também a favor do aborto.

A candidata respondeu que o feminismo não pode ser confundido como uma pauta de esquerda, e que ela é contra o aborto, por ser católica.

“Eu sou contra o aborto, porque eu sou católica e sou cristã. Isso não me faz menos feminista. Eu defendo a vida, e assim sempre fui, mas o feminismo no Brasil precisa não ser entendido como uma pauta de esquerda, mas como uma pauta cristã”, afirmou Tebet.

Kelmon também abordou o tema durante pergunta a Ciro Gomes. Ele questionou se Ciro se comprometeria a assinar um “pacto pela vida” para “proteger os bebês”.

Ciro afirmou que está concentrado, produzindo um “programa de renda mínima, problema do endividamento, estabelecer uma lei antiganância e em fazer uma revolução pedagógica da educação”.

Sobre a questão do aborto, Ciro afirmou: “Nosso poder, como presidente, neste assunto é nenhum. É um assunto que envolve aspectos religiosos, morais. Aborto para nós é uma tragédia. A questão não é essa, a questão é o papel do estado e confesso que a legislação como está é o alcance possível”, disse.

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