Anotações mostram que presidente da Câmara recebeu propinas repassadas por assessor, descobre PF

Busca e apreensão resultaram em farto material comprobatório do caminho que levou o dinheiro roubado que deveria ter ido para o ensino público de crianças e adolescentes

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira está no centro de investigações da Polícia Federal sobre esquemas de corrupção envolvendo seu  então assessor Luciano Cavalcante, e o motorista do auxiliar, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus.

No início do mês, o ex-assessor de Arthur Lira foi um dos alvos da Operação Hefesto, que investiga suspeitas de irregularidades na compra de equipamentos de robótica para 43 cidades de Alagoas, reduto eleitoral do presidente da Câmara.

Segundo relatórios da PF sobre a busca e apreensão, no endereço do motorista Wanderson Ribeiro, os agentes encontraram um caderno com anotações sobre saldos, repasses, destinatários e datas.

Os manuscritos referem-se aos meses de abril e maio deste ano. De acordo com a reportagem, o nome “Arthur” aparece onze vezes e vem acompanhado dos maiores valores, que totalizam mais de R$ 265 mil. Os investigadores acreditam que o nome se refere ao presidente da Câmara.

“Nas anotações do mês de abril, consta que “Arthur” recebeu 20 mil reais no dia 8. Uma semana depois, foram mais 30 mil reais. No dia 17 de abril, houve um gasto de 3 652,00 reais para “Hotel Emiliano = Arthur”. Quando vai a São Paulo, o deputado costuma se hospedar no Hotel Emiliano, nos Jardins. Além disso, os registros da Aeronáutica mostram que no exato dia 17 Arthur Lira embarcou num avião da FAB em Brasília com destino a São Paulo”.

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