Ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que fala dos adversários dele serão investigadas para verificar se configuram eventuais incitações ou apologias a crimes
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, utilizou o aparato do governo e determinou à Polícia Federal (PF) a análise dos discursos feitos no último domingo (9) durante um ato armamentista na Esplanada dos Ministérios em Brasília. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi um dos presentes no ato.
Segundo o ministro, que foi alvo das críticas públicas em palanque, o objetivo da apuração é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) tuitou parte do discurso em apoio aos professores doutrinadores citados por Eduardo Bolsonaro.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas”
Essa fala de Eduardo Bolsonaro deixa clara sua ignorância e mau-caratismo. São falas como essa que contribuem para que o Brasil seja um dos países que menos valoriza seus professores. Nojento! pic.twitter.com/GIH6uhp4uT
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) July 10, 2023
De um carro de som em frente ao Congresso, Eduardo Bolsonaro criticou a pasta comandada por Dino e comparou professores que doutrinam os alunos com ideologias a traficantes de drogas.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”, disse Eduardo.
Eduardo Bolsonaro ainda afirmou que o Brasil caminha para a mesma direção da Venezuela.
“A Venezuela é o país mais violento do mundo, e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido. Infelizmente, vai roubar muita vida de inocente, porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós”.
O deputado também fez críticas à CPI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro. “Na CPI do 8 de janeiro, vi pró-armas recebendo um ataque e pessoas tentando vincular o pró-armas ao 8 de janeiro. Sabe o que isso significa? Que vocês estão fazendo um excelente trabalho”, salientou.
O grupo que se manifestou no domingo defende mudanças na legislação do país relacionadas ao porte e à posse de armas. Esta foi a primeira edição do ato.
Contrário ao armamento da população, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu um recadastramento de armas de fogo no país. A medida atingiu as armas adquiridas a partir de 7 de maio de 2019, data do decreto de Bolsonaro que ampliou o acesso dos civis aos armamentos.