STF faz maioria para liberar juíz a julgar clientes de parentes

Joaquim Roriz, ex-governador do DF filmou genro de ministro do Supremo Tribunal Federal tentando ganhar milhões em uma causa com a garantia de voto de um parente

Supremo Tribunal Federal (STF) formou vergonhosamente, maioria de votos para permitir que juízes atuem em processos de clientes do escritório de advocacia de seus parentes, incluindo mulher e filho.

Isso é mais um escracho jurídico imposto ao arrepio da lei que proíbe a prática, garantida pelo Congresso Nacional.

Em 2010, o STF entrou em crise com a divulgação de imagens feitas pelo ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que afirmou ter sido vítima de extorsão pelo genro do entministro do STF, Ayres Brito.

O ministro disse na época, não ter nada com isso. O advogado de Roriz questionou Britto, filha e genro por extorsão e formação de quadrilha.

  • O ministro Carlos Ayres Britto afirmou na época que, em nenhum momento, se envolveu com a negociação feita entre seu genro e o ex-governador Joaquim Roriz. “Eu não tenho nada com isso. Meu genro, que é maior de idade, que responda por isso”, disse.

O genro de Ayres Britto, Adriano Borges, protagonizou um dos inúmeros episódios que envolveram parentes de ministros de tribunais superiores. Ele é um entre os aproximadamente 20 parentes de ministros que advogam nos tribunais superiores. Borges foi filmado numa conversa com Roriz negociando pagamento de R$ 1,5 milhão de pró-labore e mais R$ 3 milhões se conseguisse garantir a candidatura de Roriz no STF. Barrado pela Lei da Ficha Limpa, Roriz sabia das poucas chances de manter a candidatura por causa do voto do relator, Ayres Britto.

A negociação deu errado. Roriz se recusou a pagar a quantia, considerada alta demais à época e divulgou o vídeo.  Ele foi condenado pela lei da ficha limpa.

Em março deste ano, o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, filho do desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) foi alvo da PF em investigação sobre venda de sentença.

O advogado e o pai dele, desembargador são suspeitos de venda de sentenças para traficantes. Caso pai e filho venham a responder pelos crimes poderão ser condenados a até 12 anos de prisão, caso o STF não retroaja a criação de sua nova lei.

É preciso urgentemente que o Congresso Nacional, eleito pelo povo para decidir sobre o que pode e o que não pode ser feito pelos brasileiros, se posicione como parlamentares.

 

 

Um comentário

  1. O então Presidente da República, Marechal de Exército, H.A. Castello Branco (1964/1967), ao tomar conhecimento de que um seu irmão, servidor de carreira da Receita Federal, receberá um “mimo” para fazer ou deixar de fazer alguma coisa, determinou a sua presença em Palácio. Encerrada a conversa do Presidente com o seu irmão, este, ‘a saída, disse que a sua ação/omissão não precisava ser objeto de demissão, ao que o “velho” Marechal falou: – demitido você já está, meu irmão; passarei a tratar, agora, da sua prisão!
    Mudou o Mundo ou mudei eu?

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