Presente de R$ 80 mil dado pelo então presidente da França, poderá ser usado na defesa de Bolsonaro no caso das joias da Presidência da República. Dilma Também e apropriou de presentes
Um presente de R$ 80 mil dado ao então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo então presidente da França, Jacques Chirac, em 2005, é visto pela Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como argumento para sua defesa no caso das joias.
O petista assumiu ter recebido o relógio Piaget durante o Ano do Brasil na França, mas não o registrou na relação de presentes enviada ao Tribunal de Contas da União em 2016. Lula sequer registrou o relógio.
O Piaget tampouco consta na lista de oito itens que sumiram. Embora o valor do relógio seja inferior ao dos presentes recebidos por Bolsonaro, o ex-presidente cometeu o mesmo crime que a PF investiga agora, Bolsonaro, Michelle, militares de alta patentee até o advogado Frederick Wassef.
Bolsonaro deve argumentar em sua defesa que o caso Piaget roubado por Lula reforça que a legislação sobre o tema é pouco clara. E, se a tese não for considerada válida pelo STF, alegará que o Judiciário age com seletividade.
O STF jamais fez qualquer ação de investigação ou determinou interrogação contra Lula ou contra a ex-presidente Dilma Rousseff, outra que se apropriou de bens públicos como se fossem presentes pessoiais.
Lula revelou no ano passado que ganhou o relógio enquanto era presidente, mas o STF, a PGR e a Polícia Federal sequer abriram investigação sobre o desvio do bem público.
Assim como Bolsonaro se apropriou das joias Sauditas, incluindo o relógio Rolex cravejado de diamantes, avaliado em 364 mil reais, que foi devolvido, Lula ficou com o Piaget e milhares de outros presentes que não devolveu.
Lula recebeu e levou pra casa 9.037 itens nos seus primeiros 2 mandatos (2003-2010). Tudo foi retirado em 11 contêineres, armazenados por 5 anos com o custo de R$ 1,3 milhão pago pela empreiteira OAS, que confessou pagar propina para Lula em esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato.
O TCU analisou em 2016 apenas uma pequena parte deste acervo, composto por 568 itens recebidos nos seus 2 primeiros mandatos apenas em visitas oficiais de chefes de Estado e Lula devolveu apenas 9 deles, levando para sí, 559.
O TCU também determinou a incorporação de 144 itens recebidos pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao conjunto de bens públicos. A ex-chefe do Executivo, no entanto, entregou apenas 6 objetos e se apropriou, (como Lula e Bolsonaro fizeram) de parte deles, ficando com 138 ítens.
Ficaria mais interessante se fosse citadas as leis decretos vigentes em cada momento desde a eleição de Tranquei neves. Poderíamos verificar melhor tudo e não somente este momento.