Senador rebate acusações e diz que caso natem nenhuma ligação com Lava Jato ou Mensalão
O condenado por corrupção, delator e ex-deputado estadual conhecido como Tony Garcia pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que considere o então juiz Sérgio Moro suspeito no julgamento de sua condenação, como conseguiu o ex-condenado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que hoje é até presidente da República.
Assim como Lula, Tony Garcia quer se livrar de suas condenações. Ele só obteve acesso formal aos termos que formalizaram sua atuação como informante de Moro recentemente, quando o juiz Eduardo Appio, desafeto da Lava Jato, assumiu a 13ª vara e retirou o sigilo que existia há quase 20 anos sobre os autos.
Segundo o site G1 do grupo Globo, os documentos até então sob sigilo na 13ª vara de Curitiba revelariam que Sérgio Moro teria corroborado com um acordo de colaboração premiada que previa grampear, monitorar e levantar provas contra colegas da magistratura paranaense que tinham foro privilegiado e estavam fora, por força de lei, do alcance dele como juiz federal.
O hoje senador diz que a acusação é infundada e que não existem gravações de pessoas com foro no processo.
Segundo a jornalista do G1, Daniela Lima acusa, o acordo foi celebrado em dezembro de 2004, e pessoalmente supervisionado, checado e monitorado por Moro ao longo de anos.
A repórter do G1 diz que o documento, agora enviado pelo delator ao STF, mostraria que a colaboração previa, entre outras coisas, que o réu usasse escutas ambientais em encontros e conversas com políticos e juristas para obter informações sobre desembargadores do Paraná e ministros do Superior Tribunal de Justiça.
O ex-juiz e hoje senador da República nega qualquer irregularidade no processo, diz que Tony Garcia é criminoso condenado e que nenhuma das gravações entregues por ele envolve pessoas com foro.
“Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. Em 2004, fez acordo de colaboração que envolveu a devolução de valores roubados do Consórcio Garibaldi e a utilização de escutas ambientais autorizadas judicialmente e com acompanhamento da Polícia Federal e do MPF. Essas diligências foram realizadas por volta de 2004 e 2005, e todas foram documentadas”, diz o senador.
Tony Garcia foi condenado por envolvimento em uma fraude no Consórcio Nacional Garibald, no qual era um dos sócios. Ele foi condenado e ficou preso por 81 dias, em 2006.