Lula nao tem mais maioria no Senado e preocupa base e ministros

Derrotas  e sinalizações mostram a falta de negociação com senadores, dizem aliados

Integrantes da Base do govenro do presidente Luiz Inácio lula da Silva (PT) andam preocupados com o esvaziamento do apoio ao Governo.

O governo amargou uma derrota no último dia 25, com a recusa do Senado ao indicado de Lula para a Defensoria Pública da União (DPU). O placar foi de 35 votos favoráveis ao defensor de carreira Igor Roque e 38 contra, além de uma abstenção.

A recusa veio depois de os senadores associarem Roque a uma posição favorável ao aborto. Indicando o conservadorismo na Casa Alta do Legislativo.  Isso porque a DPU havia marcado para 31 de agosto um evento denominado “Direitos sexuais e reprodutivos da mulher – acesso ao aborto legal e telemedicina”.

Outra pedra no sapato do presidente é a indicação do novo ministro para o Supremo Tribual Federal (STF). Há um mês o STF tem apenas 10 ministros porque Lula enfrenta dificuldades para aprovar no Senado seu preferido para o cargo, o ministro da Justiç Flávio Dino. Na avaliação de palacianos, Dino ampliaria a derrota imposta no caso da DPU. Ele não conseguiria nem 20 votos se Lula insistir na indicação.

Os problemas do Governo no Senado também passam por indicações políticas aos cargos no Governo, como aconteceu na Câmara dos Deputados, quando Arthur Lira só pautou projetos importantes para Lula depois de receber de mão beijada o comando da Caixa.

o ministro da Fazenda, Fernando Haddad tem buscado empenho da articulação política para a aprovação pelos parlamentares do projeto de lei que cobra das empresas a CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) e o Imposto de Renda sobre os benefícios fiscais oferecidos pelos estados. A proposta tem enfrentado resistência no Congresso.

A matéria, antes de virar um PL enviado pelo governo, foi editada como medida provisória que perderá a validade em fevereiro.

Na prática, trata-se de uma correção para evitar que incentivos fiscais concedidos pelos estados abatam esses valores no cálculo dos impostos federais. A estimativa de arrecadação, em 2024, é de 35 bilhões de reais em caso de aprovação. Para obter sucesso, Lula terá de renegociar a participação dos senadores nas indicações para cargos chaves da administração pública.

 

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