Estratégia de se entregar evita maiores estragos para o crime organizado que está se sentindo traído por integrantes das facções lotados em cargos na segurança pública
O chefe da maior quadrilha de milícia do RJ, que tem contra si, 12 mandados de prisão, se entregou à justiça na sede da Polícia Federal no fim da tarde deste domingo (24).
O marginal foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A prisão de Zinho se deu após negociações entre a defesa dele e a PF.
Em uma ação para lá de combinada com os agentes de segurança do Rio de Janeiro, Zinho, após cumprir rapidamente trâmites de ingresso no sistema penal foi imediatamente levado para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, conhecida como Bangu 1, de segurança máxima. O criminoso está seguro agora, na galeria reservada especialmente para milicianos.
Foragido desde 2018, Zinho tinha 12 mandados de prisão em aberto e, após negociações, se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
Nos últimos meses, a PF realizou várias operações para prender o miliciano. A última delas foi a Operação Dinastia 2, no último dia 19, que teve 5 presos e a apreensão de 4 armas, além de R$ 3 mil em espécie e celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, comemorou a prisão por meio do X (antigo Twitter). “Parabéns à Polícia Federal! É trabalho, trabalho e trabalho”, disse na publicação.
Zinho assumiu a frente da quadrlha de milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, em 2021, dois meses após a morte do antigo líder, seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko.
Antes de se tornar o líder da milícia, Zinho estava ligado às atividades de lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense.
Zinho era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro que, segundo a polícia, faturou R$ 42 milhões entre 2012 e 2017. Outras empresas da organização criminosa eram utilizadas para movimentação deste dinheiro.
Para observadores do caos na segurança pública do Rio de Janeiro, a e stratégia de se entregar evita maiores estragos para o crime organizado que está se sentindo traído por integrantes das facções lotados em cargos na segurança pública.
A relação da quadrilha de Zinho com a polícia ficou explicita depois que médicos foram assassinados por engano no Rio de Janeiro.
Com a repercussão nacional, a própria quadrilha de Zinho, assassinou pessoas que indicou como sendo os assassinos dos médicos e disse onde estavam os corpos.