Lula comete genocídio indígena como Bolsonaro, diz MPF sobre agravamento de crise humanitária em terras yanomamis

Retorno do garimpo, desnutrição, avanço da malária e mortes na Terra Yanomami, 1 ano após governo Lula decretar emergência, podem enquadrar presidente em crime que ele mesmo denunciou ex-presidente

A volta da crise humanitária e as denúncias recentes da retomada de garimpeiros na região de reserva indígena Yanomami acenderam o alerta do Ministério Público Federal. Imagens recentes, feitas por indígenas, mostram a ação de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami.

Peneira de garimpeiros recebe material retirado do fundo do rio em pleno vapor em 2024
Lama toxica contaminada com mercúrio toma conta da mata próxima aos garimpos em 2024

O garimpo ilegal, que diminuiu por um tempo, mas nunca saiu totalmente das terras yanomamis, voltou com a fazer os mesmos ou mais estragos na Floresta Amazônica.

Novas imagens feitas neste ano, mostram crianças desnutridas com os ossos à mostra.

A explosão de casos de malária e viroses estão aniquilando os yanomamis. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em apenas 11 meses, de janeiro a novembro foram registrados 25.200 casos de malária. Uma alta de 61% em relação ao último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Malária entre yanomamis teve alta de 61% no governo Lula

São centenas de mortes registradas nos últimos dias. Rios continuam poluídos e tomados pela lama toxica contaminada com mercúrio.

A crise humanitária na Terra Indígena Yanomami está fora de controle em 2024, mais de um ano após o governo Lula decretar emergência de saúde pública na região.

Criança yanomami com 11 anos pesando 15 kilos em janeiro de 2024
Crianças yanomamis subnutridas em janeiro de 2024

Para o Ministério Público Federal , “os esforços empreendidos pelos órgãos federais até o momento se mostraram ineficazes“.

O procurador Alisson Marugal, procurador do MPF em Roraima, tem cobrado uma ação do governo diante do que ele chama de “inércia notoriamente verificada“.

Para o Procurador, o fato é que hoje não há um plano de estruturação. O governo não tem um plano e não sabe o que fazer para garantir o que ele prometeu, que era acabar com a crise humanitária. Ou seja, estabelecer os serviços de saúde.

O governo se comprometeu de maneira muito incisiva ao determinar a investigação de um crime de genocídio. Com isso, qualquer tipo de omissão pode incluir o atual governo em uma investigação de genocídio que foi ele mesmo quem determinou. Houve um compromisso político, mas também jurídico” diz Alisson Marugal, procurador do MPF em Roraima.

Alisson Marugal diz que “os esforços empreendidos pelos órgãos federais até o momento se mostraram ineficazes” e chamou a falta de ações do governo Lula de “inércia notoriamente verificada

Em um documento, o MPF aponta que as ações do governo tiveram resultados, mas só até o início do segundo semestre de 2023. Depois disso, os mineradores ilegais retornaram, com “diversos relatos de aliciamento, prostituição, incentivo ao consumo de drogas e de bebidas alcoólicas e até estupro de indígenas por parte dos garimpeiros“.

Em nota emitida nesta quarta-feira (10), o Ministério acusa o governo passado por sua própria inoperância e diz que está tomando ações, apesar dos resultados catastróficos depois de um ano e um mês. “

Desde janeiro de 2023, o Governo Federal mobiliza uma operação interministerial para salvar vidas e garantir o acesso à saúde dos povos Yanomami, diante dos desafios causados pela desassistência dos últimos anos. Neste período, mais de 21 mil atendimentos de saúde foram realizados aos indígenas encontrados em grave situação de abandono”, justificou o Ministério dos Povos Indígenas, criado por Lula.

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