Presidente do partido de Jair Bolsonaro foi preso por porte ilegal de arma e posse de ouro bruto
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, seguirá preso mesmo após a sua audiência de custódia ter sido realizada nesta sexta-feira, 9 de fevereiro.
O presidente do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília, desde ontem, por terem sido encontradas ilegalidades pela Polícia Federal durante cumprimento de ordens de busca e apreensão da Operação “Tempus Veritatis”, na quinta-feira, 8.
Foi encontrada uma pepita de ouro, cuja posse, por ser um metal de alto valor bruto, é crime de usurpação de mineral, que é inafiançável.
Outra ilegalidade foi uma arma encontrada em posse de Valdemar, sem a documentação regular necessária.
“A não soltura do Presidente Valdemar nesse momento só escancara ainda mais o momento que o Brasil vive”, publicou o assessor especial de Jair Bolsonaro e ex-Secom, Fabio Wajngarten, no X nesta sexta.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foram alvos de busca e apreensão da operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta, 8, pela Polícia Federal.
Além deles, os ex-ministros Anderson Torres, Walter Braga Netto e Augusto Heleno também foram alvos da operação.
Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens, e Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro.
O requerimento que autorizou a Tempus Veritatis indica Valdemar como o mentor da ação judicial que questionava o resultado das eleições de 2022.
Diz o documento expedido pelo ministro do SupremoTribunalFederal(STF) AlexandredeMoraes:
“O alinhamento entre os investigados se demonstra, ainda, a partir das falas proferidas por VALDEMAR COSTA NETO, em 23/11/2022, um dia após ter ingressado com o pedido de anulação dos votos das urnas antigas [fabricadas em 2020] junto ao TSE: “Nós contratamos uma empresa de homens altamente qualificados para poder acompanhar as eleições, e eles, por coincidência e talvez por tecnologia, eles conseguiram atingir esse objetivo de conseguir algo palpável no segundo turno. No primeiro eles não pegaram. (…) No segundo turno eles aumentaram a equipe, trouxeram um gênio lá de Uberlândia e que ajudou muito a gente. Aí ele descobriu esse problema que o nosso pessoal não tinha descoberto. Então nós fomos obrigados a colocar isso aí’.”
Alexandre de Moraes, afirmou ainda que toda a ação proferida contra o resultado das eleições em 2022 teria sido financiada pelo PL, capitaneado por Valdemar Costa Neto.
“Em acréscimo, a empresa Gaio.io possui um de seus endereços na cidade de Uberlândia/MG e o município é um dos domicílios vinculados a EDER LINDSAY MAGALHÃES BALBINO, investigado nestes autos, ‘o que demonstra que o Partido Liberal, através de seu representante máximo, VALDEMAR COSTA NETO, tinha plena ciência da interlocução e do alinhamento que os investigados desenvolveram na construção da narrativa de fraude as urnas eletrônicas‘. Assim, a investigação demonstrou que (a) ‘dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelo Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, coube ao então presidente do Partido Liberal [PL], VALDEMAR COSTA NETO, financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de ‘especialistas’ que subsidiaram ‘estudos técnicos’ que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022‘; e (b) ‘os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como ‘técnicos’ para gerar a formação de uma primeira impressão’.”