Garimpo ilegal destruiu área de mil hectares da floresta nas terras indígenas em 2023
Segundo dados divulgados pela Ong Greenpeace Brasil nesta segunda-feira (11), o garimpo ilegal destruiu uma área equivalente a quatro campos de futebol por dia ao longo de 2023 nas terras indígenas Yanomami, Kayapó e Munduruku.
Segundo o Greenpeace, o levantamento foi feito por imagens de satélite que mostram que foram abertos mais de mil hectares de áreas para garimpo nos territórios.
Em visita à população Yanomâmi em Roraima, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os ianomâmis. “É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está“, disse na ocasião.
Lula não faz motociatas nem reune multidões como costumava fazer Bolsonaro, mas é o campeão em viagens internacionais. O atual presidente passou 70 dias fora do Brasil desde que assumiu seu 3º mandato, em 2023. O chefe do Executivo retornou da viagem de 3 dias à Guiana e a São Vicente e Granadinas, no Caribe, em 1º.mar.2024. Foi a 2ª viagem internacional do presidente em 2024. Também em fevereiro, o petista visitou Egito e Etiópia durante 5 dias.
Yanomami
Segundo os dados do Greenpeace, foram invadidos em 2023 mais de 200 hectares na Terra Yanomami. A área tem mais de 200 vezes o tamanho do estádio do Mineirão, por exemplo.
O território Yanomami fica em Roraima e vem sendo alvo do garimpo ilegal há anos. O governo federal disse qeu mobilizou vários ministérios e prometeu ações permanentes, mas representantes indígenas e entidades dizem que os Yanomami ainda são vítimas da atividade e o garimpo seguiu avançando.
Aheio às disputas políticas, os garimpeiros não respeitam as terras indígenas protegidas por lei. Qualquer atividade exploratória nestas áreas é considerada é ilegal.
O garimpo é uma das principais ameaças à vida indígena no país. O governo federal anunciou no início de 2023 uma ofensiva contra os garimpeiros, principalmente na Terra Yanomami, mas as áreas seguem vulneráveis.
O pior cenário está na terra indígena Kayapó, que fica no Pará. No território, foram devastados mil hectares no último ano.
Com isso, a área desmatada para a atividade ilegal chegou a 15,4 mil hectares. Segundo o Greenpeace, o garimpo está concentrado em uma área onde estão quatro aldeias.
Na Terra Yanomam foram invadidos em 2023 mais de 200 hectares. A área tem mais de 200 vezes o tamanho do estádio do Mineirão.
Mas segundo o Greenpeace, a amazonia sofre com outras formas de devastação. O rápido avanço do desmatamento ilegal para a produção de gado e soja, garimpo ilegal e exploração ilegal de madeira, assim com o roubo de terras públicas, conhecido como grilagem, vem colocando a natureza e os povos indígenas sob grave ameaça. A Amazônia é fundamental para combater as mudanças climáticas, mas está cada vez mais perto de um ponto de não retorno, quando não será mais capaz de se recuperar como floresta tropical.