Ex-presidente teria permanecido na embaixada da Hungria em Brasília, segundo o jornal “The New York Times”
Segundo uma reportagem do jornal The New York Times, publicada nesta segunda-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria buscado refúgio numa embaixada contra uma possível prisão.
Bolsonaro teria permanecido na embaixada, entre os dias 12 e 14 de fevereiro, depois de ter sido alvo de operação da Polícia Federal.
Segundo o “The New York Times”, Bolsonaro chegou à embaixada da Hungria na noite de segunda-feira, 12 de fevereiro, e deixou o local na tarde da quarta-feira, 14 de fevereiro.
Segundo o jornal, quatro dias após a operação, câmeras de segurança da embaixada da Hungria registraram a entrada do ex-presidente no local.
As imagens teriam sido obtidas pelo jornal norte-americano.
Bolsonaro estaria acompanhado de dois seguranças, do embaixador da Hungria no Brasil e de outros membros da equipe diplomática.
A embaixada da Hungria fica no setor de embaixadas sul, próxima a área central onde fica o Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília.
Na operação do dia 8, policiais federais apreenderam o passaporte do ex-presidente, que estava em seu escritório na sede do PL, e prenderam dois ex-assessores dele.
Porque Bolsonaro teria ido para a embaixada da Hungria em Brasília?
O jornal diz que a estadia de Bolsonaro na embaixada da Hungria sugere que o ex-presidente estaria tentando se esquivar da justiça brasileira e de desdobramentos das investigações contra ele, valendo-se da amizade que tem com o primeiro-ministro húngaro, o ultradireitista Viktor Orban.
O ex-presidente não poderia ser preso, em hipótese de pedido de prisão, dentro de uma embaixada, uma vez que esses endereços são considerados fora da área de atuação das autoridades locais, segundo o jornal.
Qual a relação de Bolsonaro com embaixador da Hungria?
Segundo o jornal norte-americano, a relação de amizade de Bolsonaro com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, citando uma visita do então presidente brasileiro ao país da Europa em 2022, ocasião em que Bolsonaro chamou o primeiro ministro húngaro de “irmão”, seria a abertura com o embaixador.
Em dezembro de 2023, os dois se encontraram na posse de Javier Milei, que também é um ultradireitista, como presidente da Argentina.
No dia 8 de fevereiro, horas após a operação da PF contra Bolsonaro e dias antes de o ex-presidente passar as duas noites na embaixada da Hungria, Viktor Orbán utilizou uma rede social para declarar apoio ao amigo.
O BSB Revista não conseguiu contato com a defesa de Jair Bolsonaro.