O Conselho de Segurança da ONU se reuniu em caráter de urgência neste domingo (14), a pedido de Israel, um dia depois de o Irã disparar mais de 300 drones e mísseis para atacar Israel no sábado (13).
O representante de Israel pediu para que o órgão aplique “todas as sanções” contra o Irã, que respondeu dizendo que agiu de forma legitima ao atacar o território israelense, direcionada apenas a alvos militares.
A ofensiva do Irã foi uma retaliação ao ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria. Rivais de longa data, Israel e Irã travam um duelo cuja intensidade varia conforme o momento geopolítico.
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, convocou uma reunião “imediata para condenar de forma inequívoca o Irã por esta grave violação” e pediu ao Conselho “que aja para designar como organização terrorista” a Guarda Revolucionária, exército ideológico iraniano.
O secretário das Nações Unidas, António Guterres, iniciou a reunião alertando para um risco de “conflito total” na região e frisou que é hora de desarmar e diminuir a escalada da tensão.
No entanto, o clima na reunião foi de acirramento, com representantes dos países trocando acusações e ameaças. Em sua fala, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, comparou os aiatolás, líderes iranianos, ao regime nazista.
“O regime dos aiatolás é um plano muito claro. O seu objetivo tem sido a continuidade da dominação global pra levar a revolução xiita mundo afora”, argumentou o embaixador. “Como o regime nazista, o regime dos aiatolás espalha a morte e a destruição onde passa”, reforçou Erdan.
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Os Estados Unidos, aliados de Tel Aviv, pediram a responsabilização do Irã pelo ataque. “A ação do Irã não pode ficar sem respostas”, disse Robert Wood, embaixador americano na ONU. Ele também acusou o país de financiar grupos terroristas no Iêmen e de fornecer material militar para a Rússia.
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Direito de defesa
O Irã, por sua vez, defendeu que o ataque direcionado a Israel foi “necessário e proporcional”. O embaixador Saied Iravani também cobrou uma posição do Conselho de Segurança em relação ao ataque à representação diplomática do país na Síria, em 1º de abril. E afirmou que os Estados Unidos têm protegido Israel de ser responsabilizado pelo que chamou de “massacre” na Faixa de Gaza.
“Por que proteger Israel enquanto eles atacam as nossas instalações diplomáticas e justificam esse genocídio contra os palestinos indefesos sob o pretexto da autodefesa?”, questionou o representante do Irã na ONU.
Já os representantes da Rússia e China evitaram condenar a operação iraniana. O embaixador russo Vassili Nebenzia criticou o Conselho de Segurança por barrar uma manifestação contra o bombardeio à embaixada do Irã na Síria. “Hoje, o que vemos aqui é uma disposição de hipocrisia”, lamentou.