Operação contra PMs, CACs e empresários suspeitos de desviar armas para facções prende 18 presos e um é baleado

Armamento ilegal é utilizado com em ações denominadas do novo cangaço

Foi deflagrada nesta terça-feira (21) a “Operação Fogo Amigo, que mira uma organização criminosa formada por policiais militares dos Estados da Bahia e Pernambuco, Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) e comerciantes de armas e munição.

Uma grande quantidade de munições e armamentos foi desviada para facções criminosas por meio de um esquema fraudulento de inserção de informações falsas nos sistemas oficiais de controle e fiscalização.

Armas e equipamentos foram apreendidos na operação

Segundo os investigadores, essa e outras ações semelhantes foram financiadas por integrantes do PCC que também atuam com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Além disso, constatou-se que os principais fornecedores das armas de fogo e das munições usadas pela organização criminosa são colecionadores, atiradores desportivo e caçadores (CACs)”, informou a PF.

O esquema de venda ilegal de armas e munições para as maiores facções criminosas da Bahia, Pernambuco e Alagoas está sendo combatido pela força tarefa comandada pela Polícia Federal da Bahia.

Foram presas 18 pessoas e uma baleada no confronto com as forças de segurança na manhã de hoje, terça-feira (21).

Diego do Carmo dos Santos foi baleado no confronto que aconteceu no bairro São Gonçalo do Retiro, em Salvador.

Diego do Carmo fez 16 encomendas aos investigados. A primeira delas ocorreu em 14 de fevereiro de 2022 e a última, em 6 de junho de 2023.

A investigação começou após uma tentativa de roubo a uma base de valores, em abril de 2023, na cidade de Confresa (MT). Na ocasião, vários criminosos foram presos ou mortos em confronto com as forças de segurança, sendo que um deles morava em São Paulo e integrava a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Armas e equipamentos foram apreendidos na operação

Foi determinado também o sequestro de bens e bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, além da suspensão da atividade econômica de três lojas de venda de material bélico.

Participam da operação mais de 300 Policiais Federais, grupos táticos da Polícia Militar da BahiaPolícia Militar de Pernambuco, além de promotores do Gaeco da Bahia, Gaeco de Pernambuco e integrantes do Exército.

A decisão judicial que autoriza a operação diz que a quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados apontou de forma clara uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de armas de fogo, munições e itens balísticos, constando que armas de fogo de uso restrito, como fuzis e espingardas calibre 12 semiautomáticas, também são negociadas pelo grupo criminoso.

Segundo as investigações, esses armamentos são utilizados frequentemente em assalto a carros fortes e instituições financeiras, mas também são utilizados em ações denominadas domínio de cidades, o novo cangaço.

As equipes cumpriram 13 mandados de prisão temporária e 24 de busca e apreensão domiciliar em São Paulo (SP), Osasco (SP), Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP), Guarulhos (SP), Piracicaba (SP), Mairinque (SP), Buri (SP), Xique-Xique (BA), Timon (MA) e Corrente (PI). A Justiça também bloqueou contas e determinou o sequestro de bens em até R$ 4 milhões dos acusados.

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