Filho de Sílvio Santos reconhecido pelo STF, tem dois filhos que podem ser herdeiros do império

Nome do apresentador consta no atestado de óbito de Hugo Sérgio Marques

Silvio Santos deixou seis filhas, mas também teve um filho, o gaúcho Hugo Sérgio Marques, falecido em 2015. O rapaz procurou seus direitos e foi reconhecido filho do apresentador.

A Justiça em 2005, mesmo sob recusa de Silvio Santos em fazer um exame de DNA, reconheceu Hugo Sérgio Marques como fruto de uma rápida relação do comunicador com uma mulher de Porto Alegre, que ele conheceu quando ainda era solteiro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que ele passasse a se chamar Hugo Sérgio Marques Abravanel.

Afastamento da família Abravanel

Embora seu nome tenha sido oficialmente adicionado à árvore genealógica dos Abravanel, Hugo Sérgio permaneceu afastado da família. Esse distanciamento fez com que ele ficasse conhecido como o “filho secreto” de Silvio Santos.

Em 2015, dez anos após o reconhecimento judicial, Hugo faleceu, mantendo até o fim uma relação distante com o pai biológico e também da família Abravanel. Nenhum representante de Hugo esteve na despedida do apresentador.

Aos 25 anos o gaúcho Hugo Sérgio Marques descobriu que seu provável pai é Senor Abravane. Ele era gerente de um hotel em Florianópolis, Capital de Santa Catarina, pai de dois filhos e com 40 anos de idade. Marques é autor da ação ordinária de investigação de paternidade número 3.318/96 recebida pela 2ªVara de Família do Fórum de Santo Amaro-SP em 14 de dezembro de 96.

Na primeira audiência, perdeu a viagem, Silvio Santos não havia sido intimado e não compareceu. O segundo não foi melhor. Na reunião de 17 de abril , os representantes legais do dono do SBT constestaram a ação na Justiça.

Ao apresentar a tréplica, o gerente obteve a primeira vitória. A juíza Silvana Malandrino Mollo aceitou seus argumentos e oficiou um laboratório para que o empresário se submeta a exame de DNA. Por lei, ninguém é obrigado a fazer o teste, mas se não fizer, assume o risco de ter a paternidade reconhecida pelos fatos, circunstâncias e testemunhos.

O advogado de Silvio Santos, à época, Dilermando Cigagna Júnior, afirmou que o empresário não fugirá as suas responsabilidades.

O exame de DNA seria o último passo de uma luta que começou tímida, via telegramas, fax e telefonemas, na década de 80. A batalha ganhou contornos judicias em 90, quando Marques soube que o cantor Roberto Carlos assumirá Rafael Braga, nascido de um romance com Maria Lucia Torres.

Havia um exemplo ao mesmo tempo bom e ruim, o de Pelé. Apontado pela Justiça como pai de Sandra Regina, Pelé não a reconhece como filha.
A possibilidade de repetir a história de Sandra Regina – ganhar na Justiça, mas não receber o afeto do pai – o preocupa. “Seria mais inteligente se ele tivesse me chamado para fazer o teste e liquidar a questão, de forma amigavel”, afirma Marques em entrevista, ainda com esperança de construir um laço afetivo com Senor Abravanel. “Estamos 40 anos atrasados mas nunca é tarde para começar uma amizade.” As declarações de Hugo foram dadas para a Revista Diário Popular.

“Marques acha que seu filho Guilherme é muito parecido com Renata“(filha de Silvio Santos)dizia a reportagem. E a esquerda da coluna, uma foto de uma jovem ocupando duas colunas de largura, tendo abaixo a seguinte frase: “Vilma teria conhecido Silvio Santos em 1955” e logo abaixo uma manchete sensacionalista: “Filhos vão herdar império” Na mesma largura da foto continuando a reportagem num quadro moldurado, tendo no fundo sob as letras o sinal de cifrão “$” ocupando as duas colunas e exibindo o seguinte texto:
Herança não o preocupa, ao menos no momento. Caso seja reconhecido filho de Senor Abravanel, Marques será um dos herdeiros de um império.

Segredo Revelado depois de 25 anos.

O ultimato de Hugo Sérgio Marques para saber quem é seu pai foi dado à mãe Vilma Marques, durante um almoço de família em 1982. O pai afetivo estava morto havia um ano e ele queria saber quem era o verdadeiro. Naquele domingo, mãe e filho se fecharam na Sala de televisão, por ironia sintonizada na TVS, o atual SBT. Diante da insistência do rapaz ela apontou para a tela e disse que quem ele   procurava era Silvio Santos. Marques soltou um risinho, tentou imitar a gargalhada do apresentador, mas freou a zombaria ao ver sinceridade no choro da mãe.

Zonzo com a revelação, Marques pegou sua mulher e veio a São Paulo. Queria ver Silvio Santos ao vivo. Entrou no estúdio onde o animador gravava seu programa, ficou em um canto, misturado ao público, tentando encontrar naquele senhor quase familiar traços de parentesco, uma semelhança física, algo em comum. Não achou nada. Marques tinha 25 anos, era técnico em hotelaria e havia jurado a mãe que não procuraria o empresário. Manteve a palavra cinco anos.
O filho da telefonista Vilma nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 9 de junho de 1956 e cresceu sabendo que não tinha o sangue do homem que casou com sua mãe.

Na infância, amargou brincadeiras em função do espaço vazio na identidade reservado ao nome do pai. “A discriminação contra filho de mãe solteira não tem fim”, afirma. “Aprendi a retrucar que nasci filho de uma chocadeira.”

O romance entre Vilma e Silvio Santos está no processo que correu em segredo de justiça, e por isso é mantido em sigilo. Marques só adiantou na entrevista que possuia testemunhas do envolvimento da mãe, aos 21 anos de idade, com o apresentador, então com 25 anos, quando ela saiu de Porto Alegre para tentar ganhar a vida em São Paulo, em 1955.

O romance terminou sem que Vilma revelasse a gravidez. Também trás na carteira a foto do seu filho mais novo, Guilherme Augusto Marques, como prova de semelhança com a caçula do empresário, Renata Abravanel.

Ele mandou ao empresário mensagens por fax, telegramas, arriscou telefonemas. “Filho de Silvio Santos aparece todo dia”, ouvio pelo telefone várias vezes. Ao comentar que buscaria na justiça o reconhecimento do pai, perdeu o apoio da mãe. “Ficamos três anos sem nos falar”, conta.
Com vergonha dos comentários da vizinhança, Vilma mudou de Florianópolis, em Santa Catarina, para Torres, no RS. Marques diz que o laço com a mãe foi refeito e que queria construir uma relação com o pai, o que nunca aconteceu.

Silvio Santos se casou duas vezes ao longo de sua vida. A primeira, com Cidinha Abravanel, com quem teve duas filhas, Cíntia e Silvia. Após a morte de Cidinha, em 1977, ele se casou com Íris Abravanel, com quem teve outras quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.