Preso por incendiar fazendas em Goiás disse que motivação foi política

Lucas Vieira declarou que recebeu R$ 300 para atear fogo em fazendas, a pedido de um pedreiro de Bom Jardim de Goiás

Lucas Vieira de Lima, de 29 anos, preso por atear fogo em fazendas em Goiás no último sábado (24) declarou, em depoimento na delegacia, que a motivação para o incêndio criminoso foi política.

Lucas afirmou ter recebido R$ 300 para incendiar a fazenda de um desafeto político de um pedreiro.

Que a motivação foi política, mas o interrogado não sabe detalhes sobre os fatos. Que o mandante do crime não disse o nome do proprietário da terra, afirmou apenas que era um desafeto político”, declarou em depoimento o salgadeiro, após ser preso em Bom Jardim (GO), município próximo à divisa com Mato Grosso.

Assim como outras regiões do país, Goiás vive uma onda de incêndios florestais. Na tarde de sábado, uma equipe do Batalhão Rural da PM reforçou a patrulha na região de Caiapônia (GO), por causa de várias denúncias de incêndios.

Imagem de trecho de depoimento incendio goias - Metrópoles
Imagem de trecho de depoimento sobre incendio em goias

A estimativa da Polícia Militar é de que cerca de 700 hectares de três propriedades foram queimados. “O prejuízo causado é incalculável”, disse a PM.

Lucas também declarou ter problemas psiquiátricos.

Lucas foi preso em flagrante quando tentava atear fogo em um pasto na beira da rodovia BR-158 entre as cidades de Piranhas (GO) e Bom Jardim (GO). O incendiário confessou o crime e apontou como mandante, um pedreiro de 33 anos chamado Rogério Silva, que também mora na região.

Rogério Silva nega veementemente que tenha feito o pedido de incêndiar a fazenda.

Eu nem atuo no meio político. Eu faço trabalho braçal, eu sei o que o pessoal passa com queimada. Não tenho nada a ver com isso, Deus me livre”, declarou Rogério à jornalistas.

O pedreiro disse também que só conhece Lucas de vista, pois o salgadeiro trabalha em uma lanchonete frequentada por ele e caminhoneiros na região.

Esquizofrenia

Lucas vive com o filho de 4 anos em Piranhas (GO). O advogado do salgadeiro, João Rodrigues, disse que as informação que seu cliente sabe já foram prestadas para a polícia. “Ele aparentemente sofre de esquizofrenia. A gente abordou essa questão com a juíza, que determinou que ele precisa passar no Caps para fazer um relatório sobre isso”.

O delegado responsável pelo caso, Fábio Marques disse que a suposta motivação política e o suposto mandante do crime foram noticiados para a polícia de maneira informal. “Não há confirmação disso nos autos, pelo menos por enquanto. O que se tem até agora é o dolo de provocar dano”, disse.

O delegado disse ainda que solicitou uma vistoria para verificar o dano causado pelo incêndio e que ainda não está claro se a fazenda destruída é de propriedade de um político.

O caso é investigado pela delegacia de Aragarças (GO). A polícia apreendeu o celular e R$ 307 em espécie que estavam com o salgadeiro no momento da prisão.

Lucas Vieira foi solto após audiência de custódia no domingo (25). A juíza Leila Cristina permitiu a liberdade provisória, sob a condição de que o salgadeiro não participe de atividades políticas, especialmente durante o período eleitoral.

Também foi estipulada a obrigatoriedade de Lucas se apresentar quinzenalmente em uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) para tratamento psiquiátrico. O salgadeiro alegou que foi diagnosticado com esquizofrenia.

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